100 anos de luta a transformar a vida e a construir futuro, em livro, já à venda

EDIÇÃO Elemento central do programa de iniciativas do Centenário do PCP, o livro «100 anos de luta», com a chancela Edições Avante!, está já disponível ao público. O lançamento deste importante acontecimento editorial decorreu dia 4, em Lisboa.

O livro está feito, cabe aos leitores dar-lhe sentido

Esta é uma obra com «muita da história do nosso País e do nosso povo», que reflecte a «contribuição decisiva» do colectivo partidário para a construção» daquilo que é o PCP e o seu projecto, que mostra a «força das convicções e do ideal e do projecto comunistas».

Nestes três elementos-chave está, provavelmente, a formulação que melhor ajuda a resumir os conteúdos que perpassam «100 anos de luta ao serviço do povo e da pátria, pela democracia e o socialismo». Na sessão pública de apresentação do livro, realizada na Casa do Alentejo, todos eles estiveram presentes na intervenção do Secretário-geral do PCP,  integrada ainda por uma análise à actualidade política, com particular incidência nos problemas sociais e económicos que têm conhecido um significativo agravamento em consequência da situação epidemiológica (ver pág. ao lado).

O livro, um trabalho de grande fôlego e de reconhecido valor e qualidade, desenvolvido ao longo de 304 páginas profusamente ilustradas, vem engrandecer o quadro em curso das comemorações do Centenário do PCP e ficará seguramente como um dos seus marcos relevantes.

«É uma obra de um Partido combatente, preparado para intervir sejam quais forem as circunstâncias em que tenha que o fazer, pela causa dos trabalhadores e do povo, pela causa da liberdade, da democracia, do socialismo», afirmou Jerónimo de Sousa perante uma plateia composta por membros da direcção do Partido e outros convidados.

Participantes que tiveram ensejo de apreciar o livro no belo pátio em decoração árabe do piso de entrada.

Eram 18 em ponto, hora exacta em que teve início a transmissão em simultâneo nas plataformas do PCP na Internet, quando Rui Mota, da Editorial «Avante!», que presidiu à mesa, deu início à sessão. A acompanhá-lo estavam Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, Manuel Rodrigues, da Comissão Política e director do Avante! e André Leonel Silva e Lígia Ferreira, do grupo de trabalho constituído para a elaboração do livro.

Numa breve intervenção de abertura dos trabalhos, o representante da Editorial «Avante!» salientou o papel que esta teve na divulgação e difusão de publicações do Partido, lembrando o contributo também dado para a «construção» da sua história. «Largas centenas de títulos que, ao longo do tempo, permitiram registar memórias, aprofundar conhecimento, abrir caminhos», assinalou o editor na breve introdução que fez e no decurso da qual realçou que esta obra faz parte dessa «história que se transforma em cada momento, no “tempo em movimento”».

PCP sempre presente

Do importante registo desse percurso sempre a construir futuro que está plasmado neste «100 anos de luta» e que foi agora dado à estampa, em edição cuidada e de qualidade, falou Manuel Rodrigues, começando por esclarecer que dele constam «momentos e acontecimentos marcantes da vida do PCP e da sua história de 100 anos, cruzados com a história de Portugal e do mundo e da luta dos trabalhadores e do povo».

São essas múltiplas dimensões da intervenção do PCP ao longo de um século e respectiva caracterização que o leitor pode encontrar no livro, referiu o responsável pelo nosso jornal (ver caixa), dando exemplos dessa abordagem. Como, entre os muitos que enumerou, o «contexto político económico, social e cultural» que viu nascer o Partido, a «história heróica da sua resistência ao fascismo», o «impulso dado à Revolução de Abril e pelo avanço das suas extraordinárias conquistas», passando pela «luta contra a política de direita», pela «resistência à contra-revolução», até à «grande realização político-cultural que é a Festa do Avante!» ou, já nos anos mais recentes, à luta «contra a política de agravamento da exploração e empobrecimento nacional concretizada nos PEC e no Pacto de Agressão», à luta pela «defesa, reposição e conquista de direitos», «pela alternativa patriótica e de esquerda», ou à «sua luta de sempre pelo socialismo e o comunismo».

Concluiu, por isso, não haver qualquer exagero quando se afirma que «não há nenhuma transformação social, nenhum avanço ou conquista dos trabalhadores e do povo português a que não esteja directa ou indirectamente associada a iniciativa, a luta, a acção e a intervenção do PCP».

A força deste ideal

Foi essa «história ímpar», preenchida por «grandes e corajosas lutas que não podem ser desligadas da entrega generosa, da acção e da intervenção de gerações de comunistas e do seu Partido centenário» - e que o livro espelha -, que preencheu também grande parte do discurso do Secretário-geral comunista.

Recordou, desde logo, alguns desses momentos que marcaram este longo período, a começar pelo contexto que levou à criação do Partido, por «vontade e decisão da classe operária e dos trabalhadores portugueses, e como corolário da sua luta», até ao processo que o firmou como um partido «verdadeiramente revolucionário que permitiu que a classe operária se tivesse transformado na vanguarda da luta de resistência antifascista».

O empenhamento do PCP e o papel que teve na «unidade das forças antifascistas» e na criação de «amplos movimentos unitários políticos e sociais», foi igualmente destacado pelo líder comunista, que evidenciou ainda como o Partido foi «construído a pulso, com o sofrimento e o sangue de muitos dos seus melhores, da Catarina, do Alex, do Militão, do Dias Coelho, do José Moreira, dos muitos e muitos outros que esta obra não esquece».

Patente no livro está a intervenção «ímpar na vida do País» e o contributo dado pelo Partido no século XX para a «luta libertadora de outros povos», a sua «participação nos mais importantes encontros e fóruns mundiais de debate dos problemas internacionais e na vastíssima rede de relações internacionais», salientou Jerónimo de Sousa, antes de destacar alguns dos acontecimento que marcaram o século passado, esse tempo de «grandes conquistas e mudanças revolucionárias», das «grandes lutas dos trabalhadores e dos povos submetidos», da Revolução de Outubro, das frentes populares, das «grandes conquistas dos direitos políticos, laborais e sociais», da «derrocada dos impérios coloniais», da «Nova Ordem Mundial».

Mas também do século da Revolução de Abril, «dessa portuguesa revolução da qual esta obra recebe as mais expressivas e belas páginas», referiu o responsável comunista, sublinhando que nelas está reflectido esse «contributo sem paralelo» que deram Álvaro Cunhal e o PCP na «realização dos grandes objectivos da Revolução», mas também nos combates à contra-revolução, à política de direita, às «políticas de retrocesso económico e regressão social».

Combates que são travados hoje no quadro da epidemia de COVID-19 (ver pág. ao lado) e que, podendo assumir natureza diversa, revelam características essenciais que permanecem inalteradas e são a força vital que transparece desta obra, como concluiu Jerónimo de Sousa: a força de «um ideal que continua a nortear a luta dos comunistas hoje. Um ideal pelo qual vale a pena lutar e a que o futuro pertence».



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