Faleceu Henrique Custódio, jornalista do Avante!
Com uma vida dedicada à causa dos trabalhadores, pela democracia e o socialismo, faleceu o camarada Henrique Custódio, durante mais de quatro décadas redactor do Avante!. Nascido em 1949 em Santa Justa, freguesia do Couço, foi um dos milhares de jovens portugueses forçados a combater na Guerra Colonial. De regresso ao País, aderiu ao PCP e em 1978 iniciou aquela que seria uma longa e profícua colaboração permanente no órgão central do Partido. Enquanto jornalista do Avante!, percorreu o País em centenas de reportagens: dando voz aos problemas e aspirações dos trabalhadores e das populações, revelando avanços e desafios colocados às organizações partidárias, mostrando a obra distintiva das autarquias dirigidas pelos comunistas e seus aliados, dando conta do que de melhor se ia fazendo no panorama cultural português.
Até há pouco tempo, e durante muitos anos, Henrique Custódio foi presença regular na secção A Talhe de Foice, onde acompanhou com a sua ironia fina décadas de contra-revolução, em Portugal e no mundo, mas também – e sempre – de resistência, luta e esperança. Muitas destas crónicas foram reunidas, em 2011, no livro Décadas de Abril (publicado pelas Edições Avante!), sobre os quais – livro e autor – escreveu, no Prefácio, Filipe Leandro Martins: «Jornalista, portanto um cronista do efémero, Henrique Custódio, desde há décadas escreve profissionalmente no Avante!. Tem a honra – como eu próprio tive durante trinta e cinco anos – de participar no colectivo da redacção do órgão central do Partido Comunista Português. E isto é desde logo dizer quanto baste para avaliar da verdade do que escreve, do sentido e da perspectiva que convidam o leitor a pensar pela sua própria cabeça, a pesar e a medir a realidade arrancada a quente da vida que vivemos e que projectamos transformar. Mas não bastará para avaliar a qualidade da prosa que cuida ao extremo, demorando-se não apenas na escolha do adjectivo mas também na construção da frase de modo a torná-la impressiva e muitas vezes inesquecível.»
O Secretariado do Comité Central do PCP, a redacção do Avante! e a Editorial Avante! apresentaram à família as suas condolências.