Partidos de esquerda exigem revogação de leis agrárias na Índia

APOIO O Partido Comunista da Índia (Marxista), o Partido Comunista da Índia e outras forças de esquerda apoiam as manifestações de trabalhadores agrícolas e camponeses e as suas exigências de derrogação de novas leis agrícolas que atacam os seus direitos e a sua actividade.

Trabalhadores agrícolas indianos em luta desde há dois meses

Lusa


Na Índia, diversos partidos de esquerda exigiram no dia 24 ao governo de extrema-direita do primeiro-ministro Narendra Modi a derrogação de três novas leis agrárias que os sindicatos agrícolas consideram uma ameaça aos trabalhadores do sector e à soberania alimentar do país.

As negociações entre governantes e os líderes de centenas de milhares de trabalhadores agrícolas, camponeses e pequenos agricultores que protestam desde há dois meses contra as referidas leis chegaram a um impasse após 11 rondas de diálogo.

O Partido Comunista da Índia (Marxista), o Partido Comunista da Índia, e outras forças democráticas divulgaram uma declaração conjunta exigindo ao governo a revogação da legislação em causa.

As organizações de esquerda exigem ao governo que transmita aos sindicatos agrícolas a decisão de eliminar as três leis durante a reunião do parlamento que discute o orçamento, nesta semana. O executivo de Modi expressou antes a sua vontade de suspender as leis por 18 meses, mas Juristas asseveram que a legislação, já assinada pelo presidente da República e publicada no jornal oficial, são leis nacionais e não podem ser suspensas, tendo mesmo que ser revogadas.

Os comunistas indianos e outras forças de esquerda saudaram a determinação, unidade e coragem das centenas de milhares de trabalhadores agrícolas que protestam nos arredores de Nova Delhi e dos outros milhares mais que manifestam de forma pacífica a sua solidariedade em todo o país.

No quadro destas manifestações, estava previsto para terça-feira, 26, Dia da República, um desfile de tractores na capital e a participação de mais de um milhão de pessoas, em defesa da Constituição laica e democrática da Índia e pela anulação das polémicas leis.

Ataques contra o PCI (M)

O Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI (M) – denunciou que «elementos anti-sociais» ligados ao Bharatiya Janata Party (BJP), o partido de extrema-direita no governo, desencadearam um novo surto de violência atacando dirigentes, activistas e instalações do PCI (M) no Estado de Tripura, no Nordeste da Índia.

Numa nota divulgada no dia 18, os comunistas revelam que os ataques ocorreram na véspera, com o assalto a uma sede local do partido, que foi saqueada, e agressões a militantes, incluindo uma dirigente estadual da AIDWA, uma associação de mulheres, também membro da Rajya Sabha, a câmara alta do parlamento indiano. Registaram-se ainda a destruição de veículos, o roubo de bens e a vandalização de edifícios.

Num incidente separado, foi atacado também um dirigente do Partido do Congresso.

O Bureau Político do PCI (M) condenou de forma veemente a violência desencadeada pelo BJP. «Em vez de cumprir o seu dever de manter a paz, a lei e a ordem, o governo estadual do BJP está a padronizar actividades violentas contra a oposição», uma atitude «anti-democrática» que o povo de Tripura «não tolerará», afirmam os comunistas.




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