Unesco alerta para impacto da pandemia na educação
ESCOLAS No Dia Internacional da Educação, a UNESCO defende que, no quadro sanitário actual, o fecho geral das escolas deve ser o último recurso e a sua reabertura em segurança uma prioridade, a fim de evitar mais prejuízos no processo de aprendizagem.
Metade da população estudantil mundial sofre os impactos da crise sanitária
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) chamou a atenção para a perda aproximada de dois terços de um ano académico em todo o mundo, devido aos encerramentos de escolas causados pela COVID-19 e aos impactos sobre 800 milhões de estudantes.
Num comunicado por ocasião do Dia Internacional da Educação, a 24 de Janeiro, a UESCO, com sede em Paris, precisou que os alunos que continuam a enfrentar interrupções no processo de ensino representam mais de metade da população estudantil global.
De acordo com a organização especializada da ONU, na actualidade 31 países têm as suas escolas fechadas pela pandemia, enquanto 48 reduziram os horários.
A UNESCO divulgou os resultados do seu mapa inter-activo para avaliar as consequências da COVID-19 na educação, o qual revela que durante a crise sanitária os centros escolares não abriram as portas em média durante 14 semanas, havendo zonas em que essa média é de 22 semanas. Os governos têm-se esforçado por reduzir ao mínimo os fechos de escolas, passando de 190 países em Abril de 2020 para 31 neste mês de Janeiro de 2021.
A propósito desta questão, a directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, assinalou que os prejuízos causados pela pandemia, entre os quais a impossibilidade de assistir presencialmente às aulas, limitam a aprendizagem e aumentam o risco de abandono escolar, com particular incidência nos sectores mais vulneráveis da sociedade. «O fecho geral das escolas deve ser, por isso, o último recurso e a sua reabertura em condições de segurança uma prioridade», instou.
Por outro lado, o relatório da UNESCO sobre o Acompanhamento da Educação no Mundo mostra que questão da equidade no ensino em numerosos países é um enorme desafio na questão da equidade no ensino.
O texto destaca que antes da COVID-19 só um em cada cinco países demonstrava um forte compromisso com a equidade na educação através dos seus mecanismos de financiamento e, hoje, há poucos indícios de que exista uma forte preocupação com a equidade nas respostas à pandemia.