Faleceu o escultor João Cutileiro
João Cutileiro, um dos mais singulares artistas nacionais do século XX, com um trabalho pioneiro que revolucionou a escultura no nosso País, morreu dia 5, aos 83 anos.
A vastíssima obra que deixa, iniciada muito cedo – a sua primeira exposição é aos 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, com peças de escultura, cerâmica, aguarelas e pintura –, marcou o panorama artístico e cultural do nosso País em meados do século passado e manteve-se ao longo de um percurso de criação do qual sobressaíram sobretudo os seus trabalhos em pedra, em particular o mármore.
O autor da estátua de D. Sebastião, em Lagos, e do monumento ao 25 de Abril, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, teve os seus trabalhos em inúmeras exposições, colectivas e individuais, em Portugal e além-fronteiras.
Depois de estadias no Reino Unido (anos 50) e em Lagos (anos 70), o escultor fixa-se a partir de 1985 em Évora, sendo aqui que deixa exposta, na sua própria casa, boa parte da obra. Um valioso espólio que foi doado em 2016 ao Ministério da Cultura, à Câmara Municipal e à Universidade de Évora, para ser «utilizado e divulgado para as futuras gerações», como referiu o presidente da autarquia Carlos Pinto de Sá, numa declaração à Lusa em que lamenta a perda do que classificou como «um vulto da cultura portuguesa e da escultura portuguesa».