CPPME alerta para situação dramática das micro, pequenas e médias empresas
ECONOMIA Em acções realizadas no Porto e em Lisboa, a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) reclamou um conjunto de medidas de apoio às empresas, nomeadamente ao sector da restauração.
«As empresas estão descapitalizadas»
No seguimento de uma concentração frente ao ministério da Economia e da Transição Digital, em Lisboa, no dia 11 de Dezembro, foi convocada para segunda-feira, 14, uma reunião com o ministro Siza Vieira, solicitada pela CPPME desde 15 de Novembro, com carácter de urgência.
Ao membro do Governo foram apresentadas várias propostas, entre as quais, a aplicação da redução das rendas; redução do IVA da restauração para 13 por cento nos produtos não alimentares; a salvaguarda dos postos de trabalho; apoio aos sócios gerentes; eliminação de todos os impedimentos que as micro e pequenas empresas têm no acesso à legislação que estabelece e regula os apoios aos empresários, nomeadamente dívidas ao fisco e à segurança social, incidentes bancários das empresas ou dos seus titulares, resultados e demonstrações de exercícios de anos anteriores; a criação de um gabinete de apoio directo às micro e pequenas empresas, junto do Ministério da Economia.
Os empresários solicitaramainda esclarecimentos relativos à concretização das medidas existentes, inclusive as que foram aprovadas no Orçamento do Estado para 2021, e sobre as medidas de apoio para o sector.
Lisboa e Porto
Na acção realizada em Lisboa na sexta-feira, Jorge Pisco, presidente da CPPME,interrogado sobre o novo pacote de apoio a empresas, aprovado pelo Governo em Conselho Ministros, sublinhou que «algumas das medidas» vêm ao encontro daquilo que a Confederação vem reivindicando desde Março, embora percam por ser tardias. «Aguardamos que as medidas sejam regulamentadas e aplicadas», tendo em conta que as «empresas vivem uma situação muito dramática», salientou.
Alargar o universo de empresas que podem ser contempladas pelo programa Apoiar e a criação de um apoio simplificado para as microempresas foram algumas das propostas anunciadas.
Quinta-feira, no Porto, a concentração promovida pela CPPME, na Praça Carlos Alberto, contou com a participação de 20 representantes de associações de micro e pequenas empresas de Portugal. «Eu vim porque isto é comigo», «Redução do IVA», «Redução das rendas e impostos inerentes», «Criação do fundo de tesouraria» e «Apoiar as pequenas empresas», podia-se ler em diversos cartazes.
Além da restauração e da hotelaria, recordou Jorge Pisco, todos os outros sectores da economia nacional, como os agentes de turismo, feirantes, cabeleireiros, barbeiros, entre outros, estão a «atravessar situações muito complicadas».
«Não é com os apoios que esperam que venham da Comunidade Europeia no próximo ano. São medidas neste momento. Estamos no final do ano. A situação é catastrófica. As empresas estão descapitalizadas, vão fechar, o desemprego vai aumentar», alertou o presidente da Confederação.
Esta iniciativa contou com a presença e solidariedade de uma delegação do PCP. André Gregório, da Direcção da Organização Regional do Porto, lembrou que as micro, pequenas e médias empresas (99,9 por cento do total das empresas em Portugal) são «uma fatia significativa do emprego deste País» e um dos «maiores pontos de escoamento da produção nacional e do mercado interno».