PCP condena apoio dos EUA à ocupação do Sara Ocidental

O PCP condenou veementemente o apoio da Administração norte-americana à ocupação do Sara Ocidental por parte do reino de Marrocos, como contrapartida a que este normalize as relações com Israel, que há décadas ocupa ilegalmente territórios da Palestina e oprime o povo palestiniano.

«O inaceitável reconhecimento da ocupação do Sara Ocidental por parte de Marrocos, agora declarado pela Administração Trump, insere-se na política dos EUA de sistemática afronta à soberania e aos direitos dos povos e, consequentemente, ao Direito Internacional», lê-se numa nota de imprensa do PCP, do dia 11.

Do mesmo modo que desrespeita os direitos nacionais do povo sarauí, a Administração norte-americana desrespeita igualmente os direitos nacionais do povo palestiniano, nomeadamente à criação de um Estado livre, soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Leste, e ao direito de regresso dos refugiados palestinianos, denunciam os comunistas portugueses.

O PCP insta o Governo português «a condenar a decisão agora adoptada pelos EUA, que agride abertamente os direitos do povo sarauí e desrespeita os princípios da Carta da ONU, o Direito Internacional e inúmeras resoluções das Nações Unidas que os reconhecem e consagram».

O PCP reafirma «a exigência do cumprimento do direito à autodeterminação do povo sarauí e apela à solidariedade para com a persistente luta da Frente Polisário contra a ocupação e pela justa causa nacional do seu povo».

Apelo à ONU e UA
A Frente Polisário e a República Árabe Sarauí Democrática condenaram, nos termos mais firmes, a decisão do presidente Trump, em final de mandato, «de reconhecer a Marrocos o que nunca lhe pertenceu, ou seja, a soberania sobre o Sara Ocidental».

Essa decisão constitui «uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas e dos princípios que regem o direito internacional, governos e tribunais internacionais, bem como uma grave obstrução aos esforços da comunidade internacional na procura por uma solução justa e pacífica para o conflito entre a República Sarauí e o reino de Marrocos», consideram as duas entidades, num comunicado divulgado no dia 10.

Esta medida constitui também «uma violação dos princípios básicos da União Africana e das suas resoluções, a última das quais foi a decisão tomada na XIV Cimeira Extraordinária sobre “o silêncio das armas”, na qual insistiu na necessidade de encontrar uma solução justa e pacífica entre os dois países membros da organização continental».

O governo sarauí e a Frente Polisário pedem às Nações Unidas e à União Africana que denunciem «esta temerária decisão e pressionem Marrocos a pôr termo à ocupação dos territórios sarauís». E garantem que o povo sarauí «continuará a sua luta legítima para recuperar os seus direitos e recuperar a sua soberania por todos os meios, quaisquer que sejam os sacrifícios para a alcançar».

 



Mais artigos de: Internacional