PCP exige reconsideração das restrições e medidas concretas de apoio à restauração
APOIOS Uma onda de preocupação e protesto assola o sector da restauração e similares. E há razões para isso, constatou Jerónimo de Sousa, sábado passado, 5, na visita a um estabelecimento na Margem Sul.
A ameaça da insolvência e da falência paira sobre sobre o sector da restauração e similares
«Foi a confirmação das dificuldades que têm no quotidiano. Uma profunda indignação tendo em conta as medidas que, à pala do estado de emergência, têm dificultado a vida, o quotidiano de um grande número de estabelecimentos da restauração», afirmou o Secretário-geral do PCP, em declarações aos jornalistas, depois de ser recebido pelo proprietário da «Tendinha do Feijó», José Carlos, que segue as pisadas do pai no restaurante por este criado há 33 anos.
Como tantos milhares de outros, também este empresário está a viver dias difíceis em resultado das restrições impostas pelo Governo.
Medidas adoptadas «sob o chapéu do estado de emergência, como o confinamento e a redução de horários, que são um «fortíssimo entrave ao normal funcionamento e organização da actividade destas empresas», criando o que o líder comunista apelidou de «caso sério», com reflexos tremendos na vida de milhares de pequenos empresários e na vida de milhares de trabalhadores.
Considerou por isso tais medidas «inaceitáveis», além de «mal desenhadas», defendendo que é preciso, «fundamentalmente», reconsiderar as restrições. E deu o exemplo da imposição das 13 como hora limite para os restaurantes estarem abertos, «quando esse é precisamente o momento de maior afluxo de clientes».
Razões de queixa têm ainda os empresários relativamente às medidas de apoio. «São anunciadas mas, depois, faltam no concreto», criticou o líder comunista, lamentando que seja «sempre um bocado a repetição dos mesmos milhões», acompanhada de uma «burocracia tremenda».
O que, advertiu, levará inevitavelmente muitos empresários, seja na restauração, seja nos bares ou nas discotecas, a «não terem alternativa se não a insolvência, a falência, com todo o drama que isso constitui para milhares de milhares de trabalhadores que vão engrossar as fileiras do desemprego».
Daí a defesa acérrima que fez quanto à necessidade de concretizar algumas das propostas feitas pelo PCP no quadro da discussão do OE, para si «fundamentais», sem contudo deixar de admitir que tais medidas podem ser «claramente insuficientes» caso não seja resolvida a questão dos horários imposta pelo estado de emergência.
«O Governo tem de atender às consequências que podem advir para o sector da restauração, mas também para outros sectores», exortou Jerónimo de Sousa, insistindo na ideia de que é preferível «investir agora do que investir depois no fundo de desemprego».