O governo conservador britânico anunciou que, vai diminuir em cinco mil milhões de dólares o montante da sua ajuda ao desenvolvimento internacional.

Segundo explicou o ministro das Finanças, Rishi Sunak, durante a apresentação no parlamento do orçamento para o próximo ano, em vez do equivalente a 0,7 por cento do Produto Interno Bruto, como até agora, o Reino Unido disponibilizará 0,5 por cento em 2021.

A notícia provocou críticas de 200 organizações não-governamentais e instituições religiosas, que há dias enviaram uma carta aberta ao primeiro-ministro Boris Johnson, colocando-lhe que não cortasse a ajuda ao desenvolvimento.

Uma das primeiras críticas veio do líder da igreja anglicana e arcebispo de Cantuária, Justin Welby, que classificou de vergonhosa e errada a redução, sobretudo porque não tem data de caducidade.

Outras vozes também criticaram a decisão, por considerar que ela acarretará prejuízos políticos ao país. A vice-ministra de Estado para os Territórios do Ultramar e o Desenvolvimento Sustentável, membro da Câmara dos Lordes, Elizabeth Sugg, apresentou a demissão, em desacordo com a decisão.

A confirmação do corte de verbas para a ajuda ao desenvolvimento surgiu dias depois de o primeiro-ministro anunciar «o maior investimento» na indústria militar britânica dos últimos 30 anos.

O governo de Londres prevê gastar, nos próximos quatro anos, 27 mil milhões de euros suplementares em despesas militares, face ao orçamento de 2019, de 42,5 mil milhões de euros.