China anuncia que erradicou a pobreza extrema
ÊXITO A China anunciou a erradicação da pobreza extrema em todos as suas zonas rurais. O país atinge assim, 10 anos antes do prazo fixado pela ONU, o objectivo de redução da pobreza inscrito na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
A China afirma ter alcançado a meta de construir até 2020 uma sociedade modestamente próspera
Os últimos nove distritos pobres, todos na província de Guizhou, no Sudoeste da China, eliminaram a pobreza extrema, anunciou na segunda-feira, 23, o governo provincial. Isto significa que todos os 832 distritos referenciados como pobres na China libertaram-se da pobreza, noticiou a agência Xinhua.
Uma avaliação efectuada por entidades exteriores à província, nos começos deste mês, mostrou que a pobreza nos nove distritos de Guizhou foi reduzida para zero por cento e que a taxa de satisfação entre os residentes locais foi superior a 98 por cento, revelou Li Jian, director do gabinete provincial de erradicação da pobreza.
O rendimento líquido anual médio das pessoas pobres desses distritos elevou-se para 11 487 yuans (cerca de 1740 dólares), valor que se situa muito acima da linha nacional de pobreza de 4000 yuans, estabelecida este ano, explicou Li.
A China estabeleceu como meta erradicar a pobreza absoluta até ao fim deste ano. Em finais de 2019, 52 distritos nas zonas do Noroeste, Sudoeste e Sul do país permaneciam na lista da pobreza.
Em princípios deste mês, todos os distritos pobres na região autónoma uygur de Xinjiang, na região autónoma da etnia zhuang de Guangxi, na região autónoma hui de Ningxia, assim como nas províncias de Yunnan, Sichuan e Gansu, foram libertados da pobreza extrema.
Guizhou, numa zona montanhosa e isolada, que costumava ser a província com o maior número de pessoas pobres, retirou mais de nove milhões de pessoas da pobreza desde 2012.
«Ter retirado todos os distritos afectados da lista de pobreza mostra que a China resolveu o problema milenário da pobreza extrema», assinalou Gao Gang, investigador da Academia de Ciências Sociais de Guizhou. Na nova etapa de desenvolvimento, devem realizar-se mais esforços para fortalecer as zonas rurais com o objectivo de consolidar as conquistas alcançadas na redução da pobreza, sublinhou.
Com a eliminação da pobreza extrema este ano, a China consegue o objectivo de redução da pobreza inscrito na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas, 10 anos antes do programado.
Em 2012, a China pôs em prática um ambicioso plano para construir até ao final de 2020 uma sociedade modestamente próspera, onde todos os cidadãos possam viver em condições dignas. Ao longo destes anos, o plano beneficiou quase 100 milhões e pessoas com baixos rendimentos, fazendo baixar de 10,2 para 3,1 por cento a taxa nacional de pobreza. Assim, desde finais da década de 70 do século passado, 700 milhões de pessoas saíram da miséria.
Cancelamento da dívida
O presidente chinês, Xi Jinping, apoiou a iniciativa dos G-20 sobre o cancelamento da dívida a países pobres, como apoio para superar as dificuldades provocadas pela pandemia de COVID-19.
Ao intervir na cimeira do grupo das maiores economias mundiais, que se realizou por videoconferência, Xi Jinping assegurou que a China adoptará medidas com o mesmo propósito, lembrando que este ano já tinha suspendido a dívida a 23 países em desenvolvimento, num valor global superior a 1300 milhões de dólares.
Em Junho, Pequim anunciou o cancelamento das dívidas de alguns países de África, contraídas sob a forma de empréstimos sem juros e que deveriam ser saldadas até ao final de 2020. Foram então beneficiados países que mais têm sofrido com a crise pandémica.
Agora, perante o G-20, Xi Jinping reafirmou o compromisso de a China facilitar o acesso mundial das suas vacinas contra a COVID-19, logo que estejam prontas. E voltou a defender um novo tipo de relacionamento internacional, em que prevaleçam o respeito mútuo, a igualdade e os benefícios para todas as partes.