Senadora francesa defende aliança com Cuba na saúde
COOPERAÇÃO Michelle Gréaume, eleita pelo Partido Comunista Francês, instou o governo de Paris a trabalhar com Cuba no sector da saúde, em particular no desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19.
Parlamentar do PCF propõe cooperação franco-cubana na luta contra a COVID-19
Numa carta dirigida ao ministro da Saúde, a parlamentar eleita pelo departamento do Norte precisou que dessa colaboração nasceria um produto eficaz face ao actual período de pandemia mundial, acessível a todos e sem discriminação ligada aos recursos financeiros dos países.
Membro do PCF e da Comissão de Assuntos Externos, Defesa e Forças Armadas da câmara alta, Michelle Gréaume reconheceu a qualidade e a inovação na investigação científica de Cuba no âmbito farmacêutico, apesar do bloqueio económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos também nesse sector.
Lamentavelmente, a Lei Helms-Burton continua a afectar Cuba, privando o seu povo de produtos de primeira necessidade e limitando o acesso a matérias-primas para a indústria farmacêutica, escreveu a senadora na carta, a propósito da norma que desde 1996 codifica o bloqueio e que o presidente Donald Trump utilizou para recrudescer o carácter extraterritorial do cerco. A propósito, realçou que a cooperação franco-cubana garantiria essas matérias-primas para conseguir uma vacina rápida e eficaz.
Michelle Gréaume destacou o recente encontro do embaixador de França em Havana, Patrice Paoli, com Vicente Vérez, director-geral do Instituto Finlay de Vacinas, aonde se elaboraram duas das quatro candidatas vacinais desenvolvidas em Cuba.
A senadora insistiu na importância de a vacina contra a COVID-19 ser um bem público e recordou que o presidente Emmanuel Macron defendeu esse posicionamento.
De acordo com a parlamentar, a França tem a oportunidade de caminhar com Cuba nessa via, que representaria uma alternativa perante a especulação bolsista e a incerteza em torno dos custos, como as despertadas pelos anúncios recentes dos avanços de algumas vacinas.
Na sua missiva, a senadora comunista sublinhou que em Cuba a saúde é um direito universal e destacou os seus resultados domésticos no enfrentamento da pandemia, bem como a sua solidariedade com outros países e territórios atingidos pela COVID-19, como a Itália e a Martinica.