As conversações entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido sobre um acordo que defina o marco das suas relações depois da saída deste país da UE estão em risco, após acusações mútuas de inflexibilidade e novas ameaças do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Para o governante conservador, a menos que a UE ponha fim às exigências sobre quotas pesqueiras e regras para a concorrência, não fará sentido prosseguir com as negociações.

«No que nos diz respeito, as conversações estão terminadas», asseverou na sexta-feira, 16, o porta-voz do governo britânico, após o primeiro-ministro anunciar que o Reino Unido deve preparar-se para um divórcio litigioso com a UE a partir de 2021. Johnson acusou os líderes da UE de se oporem a que Bruxelas e Londres assinem um acordo de livre comércio e serviços semelhante ao que a UE estabeleceu em 2017 com o Canadá.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, respondeu que a UE continuará a trabalhar para um acordo, «mas não a qualquer preço».

Embora o Reino Unido tenha saído da UE a 31 de Janeiro, ambas as partes fixaram um prazo de 11 meses para negociar os termos da sua futura relação.