Por ensino presencial sem recuos Fenprof quer reforço de medidas

ALERTA O Ministério da Educação deve fazer agora o que já deveria ter feito antes, reforçando as medidas de protecção que são obrigatórias na comunidade mas não estão garantidas nas escolas.

As escolas fizeram tudo o que puderam para melhorar condições

Lusa

Em 84 por cento das escolas a distância de segurança sanitária não é observada, há falta de assistentes operacionais em 91 por cento e estão professores ainda por colocar em 75 por cento, sendo que o anunciado reforço de docentes não ocorreu em 81,5 por cento dos estabelecimentos de ensino.

O quadro foi traçado nas respostas dadas por 321 directores de agrupamentos escolares e escolas não agrupadas a um questionário promovido pela Federação Nacional dos Professores, nos últimos três dias da semana passada, e cujos resultados preliminares foram divulgados esta segunda-feira, dia 14.

A Fenprof entende que, pela distribuição geográfica das respostas (todos os distritos e quase 70 por cento dos concelhos), que representam 40 por cento do universo escolar, é possível extrapolar as conclusões a todo o território nacional. A federação assegura que vai continuar a acompanhar as condições em que se inicia o ano lectivo, bem como o seu desenvolvimento nos próximos tempos (tema sobre o qual o PCP tomou posição no dia 10, quinta-feira, como noticiamos na pág. 11).

Perante o panorama confirmado, a Fenprof insiste em «exigir as condições que ainda não foram criadas, por considerar necessário que as escolas se mantenham abertas e o ensino seja presencial, o que se justifica por razões de natureza pedagógica, económica e social». Para tal, «há que reforçar as medidas e proteger as pessoas (membros da comunidade escolar e famílias), sob pena de aumentarem as condições propícias à propagação da COVID-19, os problemas de saúde pública e, poucas semanas depois da sua abertura, termos escolas, de novo, a encerrar».

Desde 3 de Julho, quando «já tardiamente» foram conhecidas as orientações sanitárias para as escolas, a Fenprof procurou sem sucesso reunir-se com o Ministério e a DGS. «Foram dois meses e meio perdidos pelo Ministério da Educação», afirma agora a federação, que pretendia «colocar as suas preocupações e apresentar um Plano para uma Abertura Segura do Ano Lectivo junto dos responsáveis do ME, mas estes não aceitaram realizar qualquer reunião».

Apelando «a toda a comunidade para que adopte cuidados reforçados», a Fenprof admite que, «com os problemas que continuam por resolver, é bem possível que, em breve, comecem a surgir encerramentos parciais ou totais de escolas, com todos os prejuízos que daí resultam». Mas, avisa, «a responsabilidade por isso não pode ser atribuída aos membros da comunidade escolar, às direcções das escolas ou, até e apenas, ao novo coronavírus».

«As escolas fizeram tudo o que estava ao seu alcance», mas «abrem, mais uma vez, com falta de professores e com uma enorme carência de assistentes operacionais» e «não foram tomadas as medidas de segurança sanitária que, na comunidade, são obrigatórias». A federação refere que «as salas de aula mantiveram o número de alunos anterior à pandemia e o distanciamento não vai além do possível».

Concluindo que «também neste aspecto, o Governo ignorou as recomendações de especialistas, bem como as preocupações de professores, trabalhadores não docentes, directores e pais», a Fenprof defende que sejam corrigidas ou mesmo alteradas medidas que se revelam insuficientes, que seja superada a carência e que sejam reforçados os recursos das escolas.

 



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