A Festa afirma a democracia e dá força à luta que aí vem

ACÇÃO Num comício realizado em Grândola, ao final da tarde de sexta-feira, 28, Jerónimo de Sousa inseriu a campanha em curso contra a Festa do Avante! na ofensiva mais geral contra o PCP e a luta dos trabalhadores e do povo. É necessário afirmar a democracia e os direitos e a Festa contribui decisivamente para isso, garantiu.

O PCP não se deixa condicionar pelas pressões dos que querem aumentar a exploração

«Sim, faremos a Festa do Avante! não porque se trata tão só de uma realização do PCP, mas porque ela assume, no contexto político excepcional que vivemos, um valor acrescido na afirmação da nossa vida democrática», afirmou o Secretário-geral do Partido perante as muitas dezenas de militantes e simpatizantes que, salvaguardando a necessária distância entre si, preencheram o Jardim 1.º de Maio, em Grândola.

Aprofundando a ideia que acabara de transmitir, Jerónimo de Sousa garantiu que o êxito da Festa constituirá mesmo um «contributo para a luta do nosso povo, para combater o medo e a resignação e dar força à luta futura» em defesa dos salários, do emprego, dos direitos e do próprio regime democrático. Lutas tão necessárias «neste tempo de agravamento de todos os problemas nacionais», que urge enfrentar com «políticas corajosas», capazes de romper com as soluções do passado de política de direita de anos e anos de governos de PS, PSD e CDS.

O facto de ter sido já derrotada a intenção dos «grandes interesses económicos dominantes no País» de impedir a sua realização não significa que a ofensiva contra a Festa do Avante! tenha cessado. Pelo contrário, realçou, ela prossegue com as tentativas de «limitar e reduzir o nível da participação». Está, assim, nas mãos de cada um decidir e não o permitir, não prescindindo do exercício dos direitos políticos e liberdades, numa Festa onde estão garantidas condições de segurança e tranquilidade». Participar é uma forma de «dar confiança à vida e à luta por melhores condições de vida», assegurou.

Contra o medo e o alarmismo

«Houve quem nos quisesse ver confinados e limitada a nossa actividade, tal como a acção e a luta dos trabalhadores», lembrou Jerónimo de Sousa traçando um panorama dos últimos meses, marcados pelo surto epidémico e suas consequências económicas e sociais. Ora, lembrou, «nunca desistimos, nunca abandonámos o combate contra todos aqueles que, sem escrúpulos, encontram sempre pretexto para aprofundar a exploração e enriquecer à custa dos trabalhadores e das dificuldades do povo».

Como aliás se impunha que fizesse, ou não se estivesse a falar do PCP – o Partido que, segundo o Secretário-geral, «garantindo as necessárias condições sanitárias [como uma vez mais ficou claro ali, em Grândola], não se deixou chantagear, nem condicionar, perante as pressões daqueles que querem abrir espaço a soluções de retrocesso social». Por isso, e ao mesmo tempo que exigia «medidas de defesa da saúde das populações», combatia – e combate! – o «medo e o alarmismo, essa arma dos grandes interesses económicos e financeiros que aspiram paralisar todos os que se lhes opõem para deixar campo livre à sua iniciativa exploradora».

Apelando à memória colectiva, o dirigente comunista recordou o papel dessas forças e seus agentes neste período e garantiu ser «particularmente importante lembrá-lo agora, quando se assanham contra a Festa do Avante!»: se prevalecesse a sua vontade, o 25 de Abril «apagar-se-ia sem direito a ser recordado com dignidade, assim como o 1.º de Maio desapareceria como jornada de luta».

Jerónimo de Sousa dedicou ainda alguns instantes a denunciar a atitude do presidente do PSD: «Rui Rio aproveita a aproximação da data da realização da Festa do Avante! para continuar a projectar os seus próprios tiques autoritários e antidemocráticos do eu quero, posso e mando». Tiques evidenciados, desde logo, nas suas concepções e proposta de revisão da Constituição da República e de subversão do regime democrático.




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