PCP exige intervenção de fundo no Bairro de Campos Velhos

CAS­CAIS Os mo­ra­dores do Bairro de Campos Ve­lhos, es­que­cido pela mai­oria PSD na Câ­mara de Cas­cais, sentem-se «dis­cri­mi­nados e vo­tados ao aban­dono», alerta o PCP.

Os mo­ra­dores sempre cum­priram com os seus de­veres e obri­ga­ções

Para quando uma «in­ter­venção de fundo» no Bairro de Campos Ve­lhos, em Al­ca­bi­deche, ques­ti­onou, no pas­sado dia 20, José Carlos Silva, eleito do PCP na úl­tima As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Cas­cais. A per­gunta surgiu após uma vi­sita ao bairro, a 19 de Julho, onde o Par­tido con­tactou com mais de 50 mo­ra­dores, que deram conta dos graves pro­blemas que os afectam e ex­pu­seram justas rei­vin­di­ca­ções por uma me­lhoria das con­di­ções de vida e por um tra­ta­mento digno por parte da Câ­mara Mu­ni­cipal de Cas­cais.

Entre ou­tros exem­plos – de di­fi­cul­dades que se agravam – está a mo­bi­li­dade, es­tando aquela po­pu­lação «com­ple­ta­mente iso­lada do resto do con­celho, na me­dida em que a pa­ragem de au­to­carro mais pró­xima está si­tuada a cerca de um qui­ló­metro do bairro. Ima­gi­nemos pes­soas com mo­bi­li­dade re­du­zida, do­entes cró­nicos, es­tu­dantes e tra­ba­lha­dores que, após um dia de tra­balho árduo, têm que, para além de tudo, per­correr a pé este tra­jecto», re­latou José Carlos Silva, acres­cen­tando: «Até o per­curso que muitos pais têm de fazer para levar os seus fi­lhos à creche mais pró­xima é feito de terra ba­tida e silvas» e «a única al­ter­na­tiva que estes mo­ra­dores en­con­tram é o re­curso ao táxi, com os ele­vados custos que isso re­pre­senta».

Si­mul­ta­ne­a­mente, «as es­tradas al­ca­tro­adas e os pas­seios são uma ra­ri­dade por estas bandas, sendo comum o pó que, le­van­tado pelos carros e pelo vento, entra nas casas destes mo­ra­dores. E quem tem vi­a­tura pró­pria, além de ver o seu carro cons­tan­te­mente sujo, ha­bi­lita-se a ga­nhar uma des­pesa extra, pro­vo­cada pelos bu­racos na es­trada», con­ti­nuou o eleito do PCP.

In­fe­liz­mente, o pre­si­dente da au­tar­quia, Carlos Car­reiras, do PSD, não deu res­posta a ne­nhuma das ques­tões le­van­tadas pelo PCP, dando a en­tender que o bairro tem boas con­di­ções para os seus mo­ra­dores, e li­mi­tando-se a afirmar que os pro­blemas de ilu­mi­nação se devem a casos de van­da­lismo, numa clara ofensa a todos os mo­ra­dores do Bairro de Campos Ve­lhos.

No bairro «falta tudo»

No Bairro de Campos Ve­lhos «falta tudo», desde a mer­ce­aria ao café, pas­sando pelo jardim-de-in­fância ou por uma sala de acom­pa­nha­mento de es­tudos para as cri­anças e jo­vens em idade es­colar, apontou José Carlos Silva, sa­li­en­tando que «às cri­anças é de­vido um am­bi­ente sau­dável e aco­lhedor para que o seu cres­ci­mento e de­sen­vol­vi­mento fí­sico e in­te­lec­tual seja de forma a que a sua in­te­gração na so­ci­e­dade se faça de forma har­mo­niosa».

As crí­ticas es­tendem-se ao mo­bi­liário ur­bano ine­xis­tente, à falta de ilu­mi­nação pú­blica, às ervas in­fes­tantes que pro­li­feram e à lim­peza ur­bana. Se­gundo o eleito do PCP, também «os idosos deste bairro ca­recem de acom­pa­nha­mento por parte dos res­pon­sá­veis con­ce­lhios, e de fre­guesia, no­me­a­da­mente por falta de as­sis­tentes so­ciais para os en­ca­mi­nhar na re­so­lução das suas ne­ces­si­dades pre­mentes, no­me­a­da­mente de saúde, re­so­lução de ques­tões bu­ro­crá­ticas, entre ou­tras».

Outra das ne­ces­si­dades apon­tadas é a da cons­trução de hortas co­mu­ni­tá­rias no es­paço do bairro, tendo em conta os baixos ren­di­mentos e a pos­si­bi­li­dade de, por via do tra­balho na terra, po­derem usu­fruir de ve­ge­tais para a sua ali­men­tação.

«É de dig­ni­dade da pessoa hu­mana que aqui es­tamos a falar. Es­tamos num mo­mento em que não basta en­tregar uma casa a uma fa­mília e deixá-la en­tregue ao seu des­tino, é ne­ces­sário um acom­pa­nha­mento con­tínuo das pes­soas e dos es­paços en­vol­ventes, cri­ando nos pes­soas um sen­ti­mento de auto-es­tima e de per­tença co­lec­tiva, de forma a que os mo­ra­dores con­si­derem os es­paços pú­blicos como seus», afi­ançou José Carlos Silva.

 



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