Conselho Nacional da CGTP-IN marcou «semana nacional de luta»

DESIGUAL As respostas do Governo aos efeitos da epidemia de COVID-19 não garantem os postos de trabalho nem a totalidade dos salários, enquanto se multiplicam os apoios aos grupos económicos.

Foi decidido intensificar o esclarecimento, a mobilização e a luta

Cortes nos salários de mais de um milhão de trabalhadores e perda do emprego, sobretudo de quem tinha vínculos precários, são «consequências das lacunas dos apoios e do desequilíbrio a favor do capital». Na Resolução «Defender a saúde e os direitos dos trabalhadores! Garantir emprego, salários, serviços públicos», o Conselho Nacional da CGTP-IN assinalou que a situação de pandemia «atinge de forma particular os trabalhadores».

Este momento «expôs, de forma mais clara, a crise estrutural do capitalismo, que responde com a acentuação da exploração, com o ataque generalizado aos direitos dos trabalhadores e dos povos, com o ataque a liberdades e garantias e com a transferência de verbas e apoios para as grandes empresas, acentuando uma maior concentração de riqueza», afirma-se no documento saído da reunião do órgão dirigente, que teve lugar no dia 4, no salão da Voz do Operário, em Lisboa.

Devido às restrições sanitárias, foi esta a primeira reunião do Conselho Nacional, desde o 14.º Congresso da CGTP-IN, notou a Secretária-geral da confederação, ao apresentar as conclusões. Isabel Camarinha, num depoimento publicado pela central, explicou que a análise da actual situação foi feita à luz das linhas de intervenção aprovadas na reunião magna, a 14 e 15 de Fevereiro. Destacou a disposição de resistir e lutar, manifestada por muitos trabalhadores e com expressão em acções já concretizadas ou decididas para os próximos dias.

Na Resolução, o CN da CGTP-IN considera que «foi indispensável e de extraordinária importância assinalar o 25 de Abril, valorizando e reafirmando as suas conquistas e valores», e «realizar a grande jornada de luta do 1.º de Maio», que foi «uma poderosa demonstração de força, organização, determinação e disponibilidade para a luta» por parte dos trabalhadores e das suas organizações de classe.

Saudando lutas mais recentes, como a greve nos CTT, a marcha em Sines pelo emprego e as acções nos sectores da hotelaria e restauração e do transporte privado rodoviário de passageiros, o CN declarou que «rejeita a política de agravamento da exploração e empobrecimento, de cortes nos salários e atropelo dos direitos» e assumiu«o compromisso de levar a cabo uma ampla acção de esclarecimento, mobilização e luta, reforçando a unidade dos trabalhadores, a sua sindicalização e organização, dando mais força aos sindicatos, para garantir a valorização do trabalho e dos trabalhadores e respostas aos problemas do povo e do País».

Neste contexto, foi decidido realizar, de 22 a 26 de Junho, uma «semana nacional de luta», constituída por «acções nos locais de trabalho e na rua em todos os sectores e regiões», e que terá por lema «Vamos à luta, para defender a saúde e os direitos dos trabalhadores! Garantir emprego, salários, serviços públicos».

No âmbito do 50.º aniversário da CGTP-IN (1 de Outubro), a Interjovem vai realizar em Lisboa, a 4 de Julho, um piquenique sob o lema «50 anos de Juventude – Contra a Precariedade e os Baixos Salários», que será «um momento de partilha, convívio, reivindicação e luta pelo trabalho com direitos, e para o qual se apela à participação organizada dos jovens trabalhadores», refere-se ainda na Resolução do Conselho Nacional da CGTP-IN.




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