Retorno gradual da China à normalidade traz esperança
COVID-19 A pandemia na China ainda não está vencida mas, excepto na província de Hubei, o país começa a retornar à normalidade levantando restrições e reactivando a circulação de pessoas e o regresso ao trabalho e às aulas.
China envia material médico e peritos a outros países
A reactivação de grande parte do aparelho produtivo e de estabelecimentos de consumo, mais os planos de reabertura de algumas escolas, ilustram o gradual retorno à normalidade na China, sem ignorar os perigos da pandemia de COVID-19.
Dados oficiais, divulgados na segunda-feira, 23, precisavam que mais de 90 por cento dos trabalhos recomeçaram na construção de infra-estruturas e em sectores como transportes, hidráulica, banca, mercado bolsista e agricultura, em todo o país excepto na província de Hubei e na sua capital Wuhan, as mais afectadas pela mortífera doença.
Segundo a Prensa Latina, ressalta o recomeço de serviços da indústria do entretenimento, museus, salões de beleza, ginásios, centros comerciais e gastronómicos em Liaoning, Sichuan, Jiangxi, Zhejiang, municípios de Pequim e Shangai. Entretanto, 15 províncias chinesas anunciaram datas de Março para reiniciar as aulas em centros do ensino médio, pois os alunos desse nível necessitam de preparar-se para exames programados para Junho.
Outro sinal relevante é o retirar de muitos postos sanitários estabelecidos nas ruas ou à entrada de estações de metro para medir a temperatura corporal, bem como uma maior presença de trabalhadores nos escritórios e o regresso dos hospitais às suas funções originais.
Os contínuos abrandamentos das restrições são acompanhados de regras que permitam manter os resultados positivos do mecanismo de prevenção e controlo, que dois meses depois de adoptado fez o país baixar para zero os contágios locais de COVID-19 e reduzir para cifras de um dígito as mortes diárias.
China retribui apoios
A China volta a erigir-se como referência e agora porque, dois meses após ter declarado guerra à COVID-19, transmite esperança com um progressivo controlo sobre a enfermidade que lhe permite tender a normalizar a sua vida sócio-económica e ao mesmo tempo retribuir o apoio internacional.
A revista cubana Orbe confirma a queda, nas últimas semanas, até números de um dígito, do registo diário de mortes e infecções, depois de superado o pico da epidemia, inclusivamente na província de Hubei e na sua capital, Wuhan, onde ela se iniciou em Dezembro de 2019.
Também crescem as recuperações graças ao trabalho preventivo e às terapias que combinam medicina tradicional com equipamentos de oxigenação, produtos do plasma sanguíneo, células mãe e fármacos ocidentais como o Interferón Alfa 2B recombinante, um anti-viral fruto da biotecnologia cubana.
O surgimento de mais sinais positivos permite afrouxar as quarentenas massivas e restrições aos movimentos de pessoas, assim como aprovar o gradual regresso ao trabalho em algumas indústrias debaixo de medidas diferenciadas, de acordo com o cenário epidemiológico de cada região chinesa.
Ao fecho dos 16 hospitais de campanha instalados em espaços públicos de Wuhan para casos suspeitos e ligeiros da infecção respiratória seguiu-se a retirada de 42 mil trabalhadores da saúde mobilizados em quase toda a China para apoiar os seus colegas dali.
Os esforços da China ganharam «o reconhecimento e a solidariedade de muitos países, em contraste com acções extremistas e restrições de outros que só alimentaram o pânico, a discriminação e a xenofobia no momento mais difícil do pesadelo sanitário», escreve a revista.
Agora a COVID-19 é uma pandemia e a China retribui os inúmeros gestos de apoio que recebeu com donativos de medicamentos, instrumentos médicos, envio de peritos a países da Ásia, Europa e África e intercâmbio de experiências, com o fim de derrotar em conjunto um inimigo comum da humanidade.
No plano interno da China, a luta contra a pandemia continua numa etapa chave em que é imperativo atender à estabilidade emocional de sobreviventes e trabalhadores da saúde, manter os resultados duramente obtidos e evitar um recuo pela ameaça dos casos importados da enfermidade que continuam em alta e já ultrapassam as duas centenas.
Donativos solidários
A companhia chinesa de comércio electrónico Alibaba vai enviar produtos médicos a Cuba e outros 23 países da América Latina e Caraíbas para apoiar o combate contra a COVID-19.
O fundador da empresa, Jack Ma, disse na rede social Twitter que o lote da ajuda consiste em dois milhões de máscaras, 400 mil reagentes de diagnóstico e 104 ventiladores para esses territórios.
«Um só mundo, uma só luta», escreveu o empresário, anunciando o envio imediato de donativos para Cuba, Argentina, Brasil, Chile, Equador, República Dominicana e Peru, entre outros estados da região. A Fundação Alibaba prepara donativos semelhantes para países em todo o mundo.
Também o governo de Pequim vai mandar um carregamento de material médico para territórios latino-americanos e caribenhos. Cuba receberá essa ajuda e também a dos cubanos residentes na China e a de empresas chinesas com quem Havana mantém laços históricos.