Podem contar com o PCP
DETERMINAÇÃO Numa mensagem divulgada no dia 20 nas páginas do PCP na Internet, Jerónimo de Sousa abordou a actual situação do País, marcada pela epidemia de COVID-19, pelo aproveitamento da doença para retirar direitos aos trabalhadores e ao povo e pela declaração do Estado de Emergência. E, claro, pela luta que continua.
O PCP disse sempre presente nas horas mais difíceis
O País, como aliás o mundo, atravessa hoje um momento complexo. À sensível situação sanitária, em permanente desenvolvimento, acrescentam-se múltiplos e diversificados atropelos aos direitos e tentativas mais amplas de subversão constitucional. A acção de sempre do PCP pela valorização e reforço do Serviço Nacional de Saúde, da protecção social e dos direitos laborais assume, nesta situação extraordinária, uma evidente centralidade e urgência.
Daí ser fundamental prosseguir e intensificar a acção política do Partido, que mesmo podendo assumir formas diferentes das habituais, dadas as condições, não é por isso menos intensa. E, sobretudo, não é menos determinante. Quaisquer que seja a situação, a intervenção e a luta (adaptadas às condições concretas, evidentemente) têm de continuar, pois constituem a única forma de garantir um presente e um futuro de progresso, justiça social e soberania.
Na sua mensagem, que transcrevemos na íntegra nesta página, o Secretário-geral do PCP deixou uma certeza, em tempos particularmente incertos: «uma vez mais, quando os trabalhadores e o povo mais precisam do PCP, posso afirmar que cá estamos e cá estaremos, com a nossa acção mas também com a nossa presença onde for necessário.»
Mensagem de Jerónimo de Sousa
Queria partilhar convosco este sentimento de inquietação que nos assalta perante a situação que vivemos.
Mas também afirmar e partilhar a esperança de que havemos de ultrapassar as dificuldades e perigos que aí estão, onde as palavras têm de dar lugar à acção, às medidas de prevenção e de tratamento clínico que salvaguardem a vida, a saúde e os direitos.
Perguntam-nos até quando. Só temos uma certeza: havemos de dobrar esta curva apertada.
E havemos de o fazer, enfrentando os problemas e reagindo às adversidades, não subestimando o surto epidémico mas respondendo com coragem e determinação.
Todas as medidas de prevenção e contenção devem ser tomadas sim, mas sem deixar que o medo tolha a nossa vida colectiva. O exemplo que tem sido dado pelo povo português, com o cumprimento voluntário das medidas determinadas pelas autoridades de saúde, é um elemento decisivo para enfrentar com êxito o problema de saúde que enfrentamos. E é essencial que a isso se associe o esforço para garantir que o País continue a funcionar dentro da normalidade possível no contexto que resulta dessas medidas.
Impõem-se, neste momento, medidas de reforço e investimento no Serviço Nacional de Saúde para o capacitar para as exigências presentes, quer desta patologia quer para manter os cuidados de saúde a todas as outras necessidades de resposta.
As pessoas e a sua saúde estão primeiro que os défices ou excedentes orçamentais.
Neste momento tão sensível quero saudar os trabalhadores da saúde, bem como todos os outros envolvidos na resposta às necessidades das populações, pela sua dedicação e exemplo.
A situação que vivemos ajuda a perceber que é nos serviços públicos e no Serviço Nacional de Saúde que o povo encontra a garantia dos seus direitos, em particular do direito à saúde. Que esta lição fique retida para o futuro e não apenas em tempos de crise de saúde pública.
Coragem e determinação
Uma palavra em particular para os trabalhadores. Para todos os trabalhadores. Sabemos que há quem se esteja já a aproveitar da situação. Agigantando o medo e o pânico aproveitam-se da legítima preocupação dos trabalhadores para impor mais exploração.
Combater e liquidar o vírus sim, mas é inaceitável em nome disso, liquidar direitos, cortar salários, fazer despedimentos, impor a lei da selva. A situação impõe a emergência da proibição imediata dos despedimentos e da adopção de medidas de salvaguarda dos direitos.
O País tem de continuar a fazer a sua vida, em novas condições é certo. Garantindo a produção nacional para responder às necessidades de bens e serviços para a população, ao mesmo tempo que a dependência do País obriga a que avancemos com soluções novas para os problemas que vão surgindo. Garantindo apoios às famílias, aos idosos, aos trabalhadores, aos pequenos e médios empresários. Vencendo as lógicas do capitalismo que, também neste momento de crise, põem em segundo lugar os interesses e direitos perante as possibilidades de acumular lucros imediatos com a especulação e os aumentos de preços, incluindo de bens essenciais ou de produtos de saúde indispensáveis.
Para vencer todos estes problemas é necessário coragem, determinação e acerto nas opções políticas a tomar. Hoje fica mais clara a necessidade de uma política patriótica e de esquerda.
«Cá estamos e cá estaremos»
Aqui estamos, este Partido com cem anos de história com que os trabalhadores e o povo podem contar. Em todas as horas difíceis, quando outros desertaram, o PCP disse sempre Presente!
Uma vez mais, quando os trabalhadores e o povo mais precisam do PCP, posso afirmar que cá estamos e cá estaremos, com a nossa acção mas também com a nossa presença onde for necessário.
Podem contar com o PCP para a resposta imediata que se impõe na salvaguarda da saúde, para resistir às dificuldades e defender os direitos, para abrir o caminho de soberania e desenvolvimento que Portugal precisa.
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