Plenário da Frente Comum marcou greve para dia 20
LUTA A greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública, convocada para 20 de Março pela Frente Comum de Sindicatos, comprova a determinação no combate por aumentos salariais justos.
Este vai ser um grande momento de luta dos trabalhadores
O plenário de sindicatos da Frente Comum reuniu-se no dia 28 de Fevereiro, sexta-feira, durante a tarde, junto da residência oficial do primeiro-ministro, para dar seguimento ao compromisso assumido na manifestação nacional de 31 de Janeiro: definir formas de luta, caso não se alterasse a posição do Governo relativamente às principais reivindicações dos trabalhadores e dos seu sindicatos.
No plenário intervieram dirigentes dos diferentes sectores, destacando a indignação suscitada pelos aumentos decididos pelo Governo (0,3 por cento, para a generalidade dos trabalhadores, e dez euros para os que auferem salários até 683,13 euros, correspondentes aos dois níveis mais baixos da tabela remuneratória única).
Sebastião Santana, na sua primeira intervenção pública como coordenador da Frente Comum, assinalou que, «ao contrário do Governo», os sindicatos «cumprem as suas “promessas”», em concreto, quanto à decisão de prosseguir a luta. Citado pela agência Lusa, o dirigente afirmou que a greve de dia 20 «vai ser um grande momento de luta na Administração Pública».
O coordenador, designado no plenário, tem 36 anos, é cardiopneumologista no Hospital de São José, em Lisboa, dirigente sindical desde 2012, coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais e membro do Conselho Nacional da CGTP-IN e da sua Comissão Executiva desde o 14.º Congresso da confederação – como informou a Frente Comum.
Numa nota divulgada ao final da tarde dessa sexta-feira, a Frente Comum de Sindicatos recorda que, do Governo, os trabalhadores continuam a exigir, entre outras matérias inscritas no Manifesto Reivindicativo: aumento salarial de 90 euros para todos os trabalhadores, correcção da tabela remuneratória única (eliminando níveis remuneratórios de montante inferior ao do salário mínimo nacional e garantindo a devida proporcionalidade entre posições remuneratórias), contagem de todo o tempo de serviço nas carreiras em que as progressões dependem deste factor, fim de todas as formas de precariedade (e abertura de concursos, para garantir que a necessidades permanentes tem de corresponder um vínculo efectivo), reposição das carreiras e dos seus conteúdos profissionais específicos (tal como existiam antes da Lei 12-A/2008).
Nas reivindicações constam também: revogação do SIADAP, 6,50 euros de subsídio de refeição, reposição dos 25 dias de férias anuais e do valor de pagamento das horas extraordinárias, regulamentação e actualização dos suplementos remuneratórios (destacando o de insalubridade, penosidade e risco), manutenção da ADSE como sistema público complementar de saúde.