Venezuela acusa EUA e Colômbia de serem «promotores do terrorismo»
AMEAÇAS Os EUA e a Colômbia continuam a ameaçar e a provocar a Venezuela. Washington e Bogotá levam a cabo um exercício militar conjunto e apelam ao aumento da pressão internacional sobre o país bolivariano.
Washington e Bogotá aumentam provocações contra Venezuela
O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, assinalou os governos dos Estados Unidos e da Colômbia como os principais promotores do terrorismo no mundo. Falando aos jornalistas em Caracas, na segunda-feira, 20, o dirigente bolivariano afirmou que a III Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que decorreu na Colômbia, foi «uma cimeira de terroristas».
«Os terroristas da América são dirigidos por Álvaro Uribe e Iván Duque [um antigo presidente e o actual chefe do Estado da Colômbia] e os do mundo são dirigidos pelos Estados Unidos. Eles são os maiores terroristas do mundo», disse Cabello.
Explicou que a presença do deputado Juan Guaidó na referida cimeira em Bogotá não representa nada para a Venezuela e asseverou que o opositor se deslocou à Colômbia para receber ordens do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
E precisou que a presença do Comando Sul dos EUA no território colombiano não é nada de novo, já que Washington tem nove bases militares operando ali com o único objectivo de proteger a rota do tráfico de drogas.
O vice-presidente do PSUV garantiu que o povo venezuelano está preparado para enfrentar qualquer cenário que se apresente do lado da Colômbia.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, repudiou as ameaças do governante de Washington de incrementar as agressões contra a Venezuela com o objectivo de derrubar o governo constitucional do país.
«A Pompeo custa-lhe perceber que como titereiro [manipulador de títeres] ele e a sua obra foram um fracasso monumental na Venezuela. Em vez de aceitar isto e optar pela diplomacia, dedica-se agora a passear o seu títere derrotado pelo mundo. Enfim, que outra coisa se podia esperar?», escreveu Arreaza no Twitter.
Manobras militares
O Comando Sul norte-americano anunciou, coincidindo com a visita de Mike Pompeo a Bogotá, a realização de manobras militares conjuntas com tropas colombianas. Será um exercício militar de «assalto aerotransportado», que decorrerá a partir de hoje, quinta-feira, 23, até 29 de Janeiro, com tropas norte-americanas e colombianas. Dos EUA participam 75 pára-quedistas da 82.ª Divisão Aerotransportada, idos de Fort Bragg, na Carolina do Norte, e 40 membros do exército, do Sul do país.
O anúncio das manobras coincidiu com a viagem do chefe da diplomacia estado-unidense à Colômbia, para participar da referida conferência ministerial de luta contra o terrorismo, em Bogotá.
Durante a visita, Pompeo deixou-se fotografar na companhia de Guaidó, deputado e auto-proclamado «presidente interino» da Venezuela. O governante norte-americano qualificou a Venezuela como um «Estado falhado» e indicou que «haverá mais acções dos EUA para apoiar Guaidó» e que Washington manterá todos os esforços para pressionar o chavismo na Venezuela. Anteriormente, Pompeo acusou o «regime de Maduro», referindo-se ao governo constitucional venezuelano dirigido pelo presidente Nicolás Maduro, de apoiar grupos terroristas como os guerrilheiros dissidentes das FARC e o ELN, da Colômbia.
Precisamente, em Bogotá, o partido FARC considerou as manobras militares conjuntas entre EUA e Colômbia como uma ameaça à paz regional. «Isso é um absurdo, o Comando Sul dos EUA vir à Colômbia fazer exercícios militares conjuntos. Iván Duque não só oferece a nossa soberania mas também ameaça a segurança e a paz na região», escreveu o partido na conta do Twitter.