Quarteto da Normandia debate situação no leste da Ucrânia

Os dirigentes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha reuniram-se na segunda-feira, 9, em Paris, para abordar o conflito bélico na região de Donbass, no leste ucraniano.

As conversações, no quadro do chamado Quarteto da Normandia, permitiram avanços numa série de questões visando normalizar a situação no leste da Ucrânia, declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciando uma troca de prisioneiros entre Kiev e os rebeldes de Donbass.

Vladímir Putin, Vladímir Zelensky, Emmanuel Macron e Angela Merkel participaram na cimeira de Paris e emitiram um comunicado conjunto sobre os resultados das discussões em que reafirmaram que os acordos de Minsk continuam a ser a base para este formato multilateral e reiteraram a sua vontade de pôr fim às hostilidades em Donbass até ao fim do ano.

O Quarteto da Normandia também apoiou a decisão do Grupo de Contacto Trilateral, composto por representantes da Rússia, da Ucrânia e da Organização para a Segurança e Cooperação Europeia (OSCE), de separar as partes do conflito no Donbass em três zonas adicionais até finais de Março de 2020.

Além disso, os dirigentes manifestaram a intenção de acordar aspectos legais sobre a concessão de um estatuto especial de auto-governo local a certas zonas das regiões de Donetsk e Lugansk, tal como figura nos acordos de Minsk de 2015, «com o fim de garantir o seu funcionamento numa base permanente». A lei do estatuto especial do Donbass entrará em vigor imediatamente depois de eleições locais reconhecidas como democráticas por observadores da OSCE.

O presidente ucraniano afirmou que Kiev prepara-se para uma nova troca de prisioneiros com a região de Donbass, prevista para 24 de Dezembro. Segundo Zelenski, este acordo é a «vitória principal» e prevê a troca de «todos por todos» das partes em conflito. Embora tenha sido alcançado já em Minsk, agora chegou-se a acordo sobre as datas e o dirigente ucraniano espera que seja implementado até ao fim deste ano.

Por sua parte, Putin destacou a melhoria no processo de solução do conflito no Donbass e afirmou que a Rússia fará todo o possível para contribuir para o fim da crise naquela região. Quanto às relações com a Ucrânia, o líder russo considerou que vão numa direcção correcta, inclusivamente no contexto da situação no Donbass, e sublinhou a importância de sincronizar o fim das hostilidades e o processo de reformas políticas na Ucrânia previstas nos acordos de Minsk.

Uma nova cimeira para debater a situação no Leste da Ucrânia poderá ter lugar dentro de quatro meses.




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