Plenário na refinaria de Sines contesta precariedade
LUTA Perante um novo processo de despedimentos, os trabalhadores da manutenção da refinaria de Sines expressaram solidariedade aos visados e exigiram da Petrogal o fim da precariedade ilegal.
Para trabalho permanente deve haver vínculos laborais efectivos
Com um plenário junto à portaria da refinaria, na manhã de dia 20, quarta-feira, os trabalhadores e o SITE Sul responderam ao envio de cartas de despedimento a 16 trabalhadores, subcontratados através da CMN para executarem trabalho que a Petrogal entregou à Martifer.
Esta foi também uma ocasião para expor publicamente as responsabilidades da petrolífera numa situação que é denunciada como ilegal pelo sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN: a manutenção (mecânica, electricidade, serralharia, instrumentação) é um serviço necessário ao bom funcionamento da refinaria e requer postos de trabalho permanentes. Mas está criada, nalguns casos há duas décadas, uma situação de vínculos laborais precários, que é «contrária à letra e ao espírito da Constituição e da lei», como se protesta numa moção aprovada durante o plenário.
Um dirigente do SITE Sul, citado pela agência Lusa, explicou que o contrato da Martifer com a Petrogal envolve 180 trabalhadores, com «trabalho permanente e crucial».
No caso das cartas de despedimento já enviadas, a ilegalidade tem a ver também com o facto de não estar ainda terminado o contrato de obra que justificou os contratos de trabalho a termo incerto, disse Pedro Carvalho.
Referiu ainda que a substituição dos trabalhadores que a CMN quer despedir será feita com pessoal contratado também a termo incerto, mas à hora e sem direitos.
Na moção, os trabalhadores da manutenção exigem que os seus vínculos laborais sejam reconhecidos pela Petrogal e que esta termine com a subcontratação e assegure ela própria a manutenção da refinaria.
Reivindicam também que seja cumprida a lei quanto ao gozo de férias e que se acabe de uma vez por todas com os contratos ilegais à hora.
O PCP manifestou solidariedade para com esta luta e incentivou os trabalhadores a manterem a unidade e determinação. Numa nota divulgada no dia 20 pela Direcção da Organização Regional do Litoral Alentejano, o Partido recorda que estes trabalhadores «ao longo dos anos têm travado muitas lutas contra a precariedade e em defesa dos postos de trabalho e dos direitos».
«Apesar dos vínculos precários», eles «não se vergam e têm sido um exemplo de coragem, unidade e luta». Desta forma, «mais cedo que tarde, conseguirão que todas as suas justas reivindicações sejam atendidas, nomeadamente a defesa dos seus postos de trabalho, a reintegração dos trabalhadores despedidos e um vínculo de trabalho efectivo à Petrogal».