Luta por salário e direitos é justa e mobilizadora

TRA­BA­LHA­DORES A va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e a de­fesa de di­reitos está na base da mo­vi­men­tação dos tra­ba­lha­dores da Efacec, Re­nault Cacia e CP.

A acção e uni­dade dos tra­ba­lha­dores será de­ter­mi­nante

Amanhã, os tra­ba­lha­dores da Efacec ini­ciam uma pa­ra­li­sação que se pro­longa até ao pró­ximo dia 15, rei­vin­di­cando da parte da ad­mi­nis­tração uma pos­tura de diá­logo face às exi­gên­cias la­bo­rais. Em causa, ex­plicou o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores das In­dús­trias Trans­for­ma­doras, Energia e Ac­ti­vi­dades do Am­bi­ente do Norte (SITE Norte), a re­cusa da em­presa em au­mentar os sa­lá­rios já este ano com re­tro­ac­tivos a Março, pre­ten­dendo cen­trar o diá­logo nas re­mu­ne­ra­ções para 2020.

A greve foi de­ci­dida em ple­nário re­a­li­zado a 24 de Ou­tubro, e apesar de o pa­tro­nato ter ame­a­çado com o rom­pi­mento ir­re­ver­sível das ne­go­ci­a­ções se a acção fosse por di­ante, o SITE Norte su­blinha não apenas que não se deixa in­ti­midar, como in­siste que, não ha­vendo qual­quer ca­derno rei­vin­di­ca­tivo para o pró­ximo ano em cima da mesa, a dis­cussão tem de ser feita ainda em torno de 2019.

Também na Re­nault Cacia, os tra­ba­lha­dores co­me­çaram hoje uma greve, igual­mente con­vo­cada após ple­ná­rios re­a­li­zados no final de Ou­tubro. A pa­ra­li­sação volta a ocorrer nos pró­ximos dias 10 e 12 em de­fesa da sa­tis­fação das pre­ten­sões la­bo­rais.

Seundo o SITE Norte, os tra­ba­lha­dores da fá­brica au­to­móvel lutam desde Abril contra o agra­va­mento do clima so­cial na em­presa. «Mesmo de­pois dos inú­meros alertas con­cre­ti­zados pelas ORT sobre a pressão e ritmos de tra­balho ele­vados, estes não param e re­flexo disso são os aci­dentes de tra­balho, al­guns deles gra­vís­simos. Também o nú­mero de baixas por do­ença pro­fis­si­onal não tem pa­rado de au­mentar de­vido à falta de con­di­ções de tra­balho e porque se exige cada vez mais do tra­ba­lhador, tanto a nível fí­sico como psi­co­ló­gico», de­nuncia-se em in­for­mação pu­bli­cada no site da Fi­e­qui­metal na In­ternet.

Acção de­ter­mi­nante

Já na CP, o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores do Sector Fer­ro­viário (SNTSF) agendou para hoje uma reu­nião de di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais com o ob­jec­tivo de dis­cutir as pro­postas a apre­sentar e a forma de as de­fender.

O SNTSF acusa a ad­mi­nis­tração e o Go­verno de re­cu­arem no pro­cesso de ne­go­ci­ação re­la­tiva à re­visão do Acordo de Em­presa, uma vez que «até agora, nas pro­postas destes, não há ne­nhuma que vise a va­lo­ri­zação da ta­bela sa­la­rial». O sin­di­cato pre­tende que sejam va­lo­ri­zados todos os tra­ba­lha­dores sem «di­fe­ren­ci­ação entre ca­te­go­rias na mesma car­reira pro­fis­si­onal», ex­plica-se em fo­lheto sin­dical re­cen­te­mente edi­tado.

«Sendo im­por­tantes todas as ru­bricas re­mu­ne­ra­tó­rias, estas não se podem subs­ti­tuir ao que é cen­tral. Por isso o SNTSF/​Fec­trans irá apre­sentar uma pro­posta para a ta­bela sa­la­rial» que con­temple o «au­mento de 90 euros no mí­nimo de 3 euros por dia para todos os tra­ba­lha­dores» e que «o valor mí­nimo na ta­bela não seja in­fe­rior a 850 euros para todos os tra­ba­lha­dores».

A acção e uni­dade dos tra­ba­lha­dores será de­ter­mi­nante na de­fesa e me­lhoria do seu Acordo de Em­presa, lembra ainda o SNTSF.




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