Greve atinge centros de atendimento telefónicos por todo o País

LUTA Os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico das empresas de telecomunicações estiveram em greve no dia 31, reclamando salários, direitos e a integração nos quadros das empresas para as quais trabalham.

«Estes trabalhadores não têm direitos, só o dever de trabalhar»

Para além da greve nacional, estes trabalhadores concentraram-se também em várias cidades do País. Como afirmou o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, viram-se forçados a «avançar para a luta» pela falta de resposta das administrações das empresas às suas justas aspirações. O processo de luta que culminou nas acções da passada quinta-feira começou ainda antes de final de Setembro, com o lançamento de um comunicado conjunto, no dia 30, dos sindicatos filiados naquela federação da CGTP-IN, nomeadamente o SINTTAV, o SNTCT e o SIESI.

No comunicado denunciava-se que os trabalhadores contratados por empresas de trabalho temporário ou em regime de outsourcing que laboram em centros de atendimento telefónico de grandes empresas de telecomunicações – como a Altice, a Nos e a Vodafone – tinham condições de trabalho particularmente degradadas, pelos vínculos altamente precários e pela desresponsabilização das empresas que os contratam em garantir os seus direitos mínimos.

Enquanto que os trabalhadores da Altice/MEO, que estão já ao abrigo de um Acordo Colectivo de Trabalho, ou da NOS e Vodafone, sujeitos à Lei Geral do Código de Trabalho, auferem salários, condições remuneratórias e direitos superiores, os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico encontram-se, regra geral, ainda em posições muito frágeis.

Desde o final de Setembro até ao dia 31 do mês passado foram realizadas mais de 55 reuniões plenárias pelos sindicatos e federações sindicais envolvidas, nas quais se auscultou os trabalhadores relativamente aos seus problemas, aspirações e disponibilidade para a luta. À lista inicial de reivindicações (aumento salarial, melhores condições de trabalho, integração nos quadros efectivos das empresas operadoras) juntou-se mais um conjunto de exigências, como a existência de uma convenção colectiva de trabalho; subsídios de línguas para atendimento em língua estrangeira; diuturnidades compensativas da antiguidade e um horário máximo de seis horas diárias.

Segundo a Fectrans, das 31 empresas abrigadas pelo pré-aviso de greve, na zona de Lisboa, 80 por cento dos trabalhadores aderiram à greve. No Porto, a adesão foi de 90 por cento e em Castelo Branco de 75 por cento. Na zona da Guarda, Lamego e Viseu, foi de 60 por cento e no Funchal de 95 por cento.




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