Neoliberalismo derrotado nas eleições na Argentina

VITÓRIA Na Argentina, Alberto Fernández venceu as presidenciais, derrotando o presidente cessante, Macri. Crise económica, pobreza, desemprego, inflação, dívida – é o legado de quatro anos de neoliberalismo.

Alberto Fernández será o próximo presidente da República

Alberto Fernández, candidato da Frente de Todos, venceu as eleições presidenciais na Argentina, derrotando nas urnas o presidente cessante, Maurício Macri, e o seu movimento Juntos pela Mudança, por 48,1% contra 40,3% dos votos.

As eleições de domingo, 27, decorreram pacificamente, permitindo aos 30 milhões de eleitores inscritos votar e decidir pela mudança, recusando a continuação do governo neoliberal de Macri e optando por Alberto Fernández, que apresentou como vice-presidente Cristina Fernández, antiga chefe do Estado durante dois mandatos.

Logo no dia seguinte à derrota eleitoral, Macri recebeu Alberto Fernández na Casa Rosada, o palácio presidencial, em Buenos Aires, para começar a preparar a transição. O novo presidente tomará posse a 10 de Dezembro, para um mandato de quatro anos.

Se é inequívoco que o povo da Argentina derrotou o neoliberalismo nestas eleições, realizadas no meio de uma profunda crise social e económica, aprofundada depois da «ajuda» financeira acordada entre o governo de Macri e o Fundo Monetário Internacional, não é menos certo que os próximos tempos serão difíceis. Estima-se que a inflação atingirá em 2019 os 57%, um recorde, e o Produto Interno Bruto decairá 3,1%.

Além das presidenciais, decorreram eleições para 130 deputados, senadores nacionais, governadores e outros cargos públicos.

Uma das maiores vitórias da Frente de Todos, além da eleição de Alberto Fernández, foi conseguida por Axel Kiciloff, que foi ministro da Economia do último governo de Cristina Fernández e agora foi eleito governador da província de Buenos Aires. Nestes quatro anos, como deputado, criticou duramente as políticas económicas de Macri. Na noite eleitoral, no discurso de vitória, Kiciloff considerou que os resultados das urnas comprovam «o fracasso do programa económico neoliberal» do governo cessante.



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