Resistentes antifascistas rejeitam falsificações da História pelo PE
A Federação Internacional de Resistentes (FIR) divulgou uma nota em que critica e rejeita uma resolução aprovada em Setembro pelo Parlamento Europeu (PE) que equipara e condena nazi-fascismo e comunismo. Apresentado por iniciativa dos países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) e da Polónia, o texto da resolução, considera a FIR, é «uma reminiscência ideológica dos piores tempos da Guerra Fria», que falsifica as causas da II Guerra Mundial e confunde «opressores e oprimidos, carrascos e vítimas, invasores e libertadores».
A FIR e as federações de sobreviventes das perseguições fascistas e de combatentes contra a barbárie nazi e todos os antifascistas e suas organizações – incluindo a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), que integra a FIR – «dizem não a tais falsificações históricas», num momento em que «há um crescente perigo de fascismo, racismo e nacionalismo».
Na sua declaração, a associação, que federa entidades antifascistas de mais de 20 países da Europa e em Israel, evoca palavras do escritor Thomas Mann, Prémio Nobel da Literatura, que avisou em 1945: «Colocar o comunismo russo no mesmo plano moral do nazi-fascismo, porque ambos são totalitários, é, na melhor das hipóteses, superficial e, na pior, fascismo. Quem insiste nesta equiparação pode considerar-se um democrata mas, na verdade e no fundo do seu coração, já é um fascista e certamente combaterá o fascismo sem sinceridade e com hipocrisia, deixando todo o seu ódio para o comunismo».