Pura e simplesmente desumano
Reportando-se a dados de 2018, a UNESCO divulgou recentemente um comunicado onde refere que 258 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar, entre os 6 e os 17 anos, ou seja, um sexto da população mundial neste intervalo etário, não se encontram a frequentar uma escola, com diferenças significativas entre o que a UNESCO designa por países ricos e países pobres. Nos primeiros, apenas 2% das crianças em idade escolar primária (entre 6 e 11 anos) não estão na escola sendo de 19% nos segundos, situação que se agrava brutalmente nos níveis superiores de educação (entre os 15 e os 17 anos) onde a diferença vai dos 8% para os 61% dos jovens que não frequentam a escola.
O que a UNESCO não diz é que pelo simples facto de não possuirem qualquer nível de escolarização estas crianças e jovens vêem ser-lhes negado o direito a uma vida digna. O que a UNESCO não diz é que, por esse facto, a generalidade destas crianças e jovens vão ser empurrados para o analfabetismo, o desemprego, a indigência, o trabalho escravo, a prostituição, a toxicodependência, a delinquência juvenil, para a aceitação de maiores níveis de exploração. Vão ter uma menor qualidade de vida ou mesmo uma morte precoce, seja pelos níveis de sobre-exploração a que são sujeitos, seja pelos níveis de pobreza, de miséria e de perigo a que são expostos.
O que a UNESCO não diz é que a causa deste flagelo é o capitalismo, sistema explorador, opressor, agressivo e predador, ou seja, pura e simplesmente desumano.
O que a UNESCO não diz é que este é um problema que verdadeiramente só o socialismo pode erradicar.
Mas, se a UNESCO não diz, di-lo o PCP para quem o direito à educação assume um valor estratégico e por isso o inscreve nos objectivos programáticos da sua acção, defendendo o direito universal à educação e ao ensino, promovendo a igualdade de oportunidades de acesso e sucesso educativo a todos os portugueses e a todos os níveis de ensino, através de uma Escola Pública, gratuita e de qualidade.