Menorização da CDU é maior quanto mais próximas as eleições

Nos últimos dias assistiu-se a um novo passo na menorização e ocultação, por parte dos grandes meios de comunicação social, da intervenção, da proposta e da campanha da CDU. Fixem-se três elementos: a apresentação das medidas urgentes, no passado domingo; o arranque dos debates televisivos, na segunda-feira; e o aproximar da Festa do Avante!.

No passado domingo, o Secretário-geral do PCP apresentou o conjunto de medidas urgentes no âmbito do programa eleitoral. Tal como sucedeu com a apresentação do programa e o anúncio posterior de medidas eleitorais por parte do PCP, também as medidas urgentes foram largamente ignoradas. Por um lado, quem leu, viu ou ouviu as notícias sobre a sessão, terá percebido que delas consta o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros e pouco mais. Por outro, só terá percebido isso (que corresponde a apenas parte de uma das medidas) depois de ter passado por pedidos de comentários a afirmações de outros: sim, na iniciativa em que a CDU apresenta um conjunto de medidas urgentes, os principais media estiveram mais interessados no que outros disseram.

No dia seguinte deu-se o primeiro debate televisivo, entre a CDU e o PS. E também aqui se construiu, logo após terminar, uma grelha de leitura completamente enviesada, com os habituais comentadores a ditar o tom. Num debate em que cada um dos intervenientes falou apenas 15 minutos, sempre em resposta a questões colocadas por quem moderava, as críticas recaíram sobre Jerónimo de Sousa por não ter colocado mais temas e se ter centrado na legislação laboral ao fixar diferenças relativamente ao PS.

Se não fosse a poderosíssima capacidade de influenciar destes comentadores, seriam críticas facilmente rebatíveis: os temas foram fixados pela moderadora no tempo limitado do debate, as recentes alterações à legislação laboral foram uma das marcas de convergência do PS com o PSD, o CDS e os patrões, e, talvez porque a sede de criticar a CDU era grande, os tais comentadores nem repararam que António Costa também não abordou outros temas.

A Festa do Avante! está prestes a abrir portas. É, incontestavelmente, a maior realização político-cultural do País. Em ano eleitoral, com as atenções mediáticas viradas para as várias iniciativas dos partidos, pode-se dizer com segurança que não haverá outra que sequer compare na dimensão, na participação, na diversidade, na alegria, na presença da juventude, na riqueza que constitui a sua construção e o seu funcionamento, assegurados pelo trabalho militante de muitos, alguns com outras opções políticas e eleitorais.

Apesar de duas conferências de imprensa, das muitas notas de imprensa, dos esforços de todo o colectivo partidário na divulgação da Festa, ainda ninguém viu nos noticiários televisivos referências ao seu extenso programa. Daqui a uma semana veremos como a cobertura mediática dos três dias da Festa compara com a ampla atenção que mereceram as pequenas iniciativas de outros.




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