«Uma das consequências das alterações climáticas está patente nas condições meteorológicas das estações do ano que, por sua vez, têm impacto na atividade agrícola, já que representam situações não esperadas em determinadas alturas do ano», constata a deputada. Lembra que, assim, «pequenos e médios agricultores são confrontados com um conjunto novo de dificuldades, não só na gestão da sua produção como também na comercialização dos seus produtos».

Dá um exemplo: «Em 2018, os produtores portugueses de mirtilo, devido à falta de calor e horas de insolação, nos períodos de maturação, viram o início da colheita atrasar um mês, o que lhes colocou dificuldades na comercialização da mesma».

Por isso, Sandra Pereira quer saber se a Comissão Europeia está a prever ou irá propor «apoios específicos para os pequenos e médios agricultores que, tomando em conta alterações às condições meteorológicas das estações do ano, vejam a sua produção afetada e a sua comercialização dificultada».

Doenças e vacinas

De acordo com notícias vindas a público, a farmacêutica Pfizer terá escondido a descoberta de um medicamento que poderia prevenir a doença de Alzheimer, por motivos puramente financeiros.

Surgiram evidências de que o Enbrel, um dos medicamentos mais vendidos para o combate à artrite reumatóide, apresenta resultados positivos no combate ao Alzheimer, reduzindo os riscos desta doença em 65%. No entanto, para provar a sua eficácia real no combate a esta doença seriam necessários testes clínicos, que a Pfizer optou por não desenvolver. Com a expectativa de que a Alzheimer atinja cerca de 56 milhões de pessoas até 2030, não há dúvida de que é extremamente necessário o desenvolvimento de fármacos.

Se as empresas farmacêuticas multinacionais fazem prevalecer sobre o interesse público as suas perspectivas de lucros, outras formas devem ser encontradas para o desenvolvimento de fármacos necessários, envolvendo a intervenção dos poderes públicos.

Sobre esta questão, João Ferreira, deputado do PCP no Parlamento Europeu, dirigiu à Comissão Europeia, no dia 22 de Julho, as seguintes questões:

«1. Que projectos (públicos e privados) estão em curso na área da Alzheimer apoiados pela União Europeia?

2. Por que motivo a Comissão Europeia desmantelou o Grupo de Peritos Governamentais na Área da Demência, que incluía a participação dos estados-membros e da sociedade civil?

3. Tenciona encorajar os estados-membros a partilhar conhecimentos especializados e boas práticas e a adoptar estratégias nacionais em relação à doença de Alzheimer?»

Noutra ocasião, João Ferreira confrontou a Comissão Europeia com os dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, que dão conta do recuo nas taxas de vacinação. O deputado comunista quer saber que medidas estão previstas para «combater retrocessos no domínio do combate a doenças como o sarampo, a difteria e o tétano», para apoiar os países vítimas de situações de pobreza e conflito, onde aquela realidade é mais sentida, e para «sensibilizar a opinião pública para a importância da vacinação».