AKEL lembra 45 anos de ocupação de Chipre

O Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL) está a assinalar o «aniversário negro» do golpe de Estado fascista de 15 de Julho de 1974, em Chipre, promovido pela junta fascista da Grécia, e da posterior ocupação turca do norte da ilha, concretizada cinco dias depois. Na declaração que emitiram sobre estes acontecimentos, os comunistas cipriotas integram-nos num «plano traçado pela NATO visando a divisão de Chipre e do seu povo», que tinha na República de Chipre, no presidente Makarios e no AKEL sérios obstáculos à sua concretização.

Na declaração alerta-se ainda para a operação de revisão da história que está em curso, que visa equiparar o deposto presidente Makarios com os seus algozes e criminalizar a posição anti-imperialista do AKEL. Porém, «o povo cipriota sabe quem o massacrou e desenraizou» – os fascistas e os invasores turcos. A «memória democrática» dos acontecimentos de Julho de 1974 é, para o AKEL, «um dever para com a história, os combatentes da resistência e o povo cipriota». Na declaração faz-se ainda uma saudação a «todos os que resistiram ao golpe» e aos resistentes que, nesses dias, «elevaram a dignidade do povo cipriota a um novo patamar».

Num outro documento, assinalando o golpe de estado fascista e a ilegal ocupação turca, o AKEL denuncia as consequências da divisão do país, que não só persiste como resulta «da permanente intervenção imperialista e da acção das forças nacionalistas e chauvinistas de ambas as comunidades [cipriota-grega e cipriota-turca]».

Os comunistas cipriotas não deixarão que se esqueça que: 37 por cento do território de Chipre continua ocupado pela Turquia e que essa parte da ilha constitui o lugar mais militarizado do mundo; as duas comunidades aceitaram, em 1977, negociar na base de uma federação bicomunal e bizonal e que várias negociações falharam devido à intransigência da Turquia e das forças nacionalistas; continua por esclarecer o destino de 1065 pessoas desaparecidas; o AKEL sempre se bateu por uma luta comum pela paz entre cipriotas gregos e cipriotas turcos; as bases militares britânicas permanecem na ilha.

Por ocasião destes aniversários, o AKEL realizou um grande evento público no dia 15, contra a ocupação, no qual participou o Secretário-geral do Comité Central, Andros Kyprianou, onde apelou à participação do povo cipriota em defesa da verdade histórica e da democracia e na luta pela unificação de Chipre.

O PCP sempre foi solidário com a luta do AKEL e do povo cipriota pela reunificação da sua pátria e o fim da ilegal ocupação turca de parte de Chipre, assim como pela plena soberania da República de Chipre na totalidade do seu território, usurpado pelo Reino Unido, antiga potência colonial, que ali mantém importantes bases militares.

 



Mais artigos de: Europa

Restrições à pesca da sardinha carecem de fundamentação

João Ferreira, deputado do PCP no Parlamento Europeu, questionou a Comissão Europeia sobre a pesca da sardinha, a situação da frota do cerco e os projectos de investigação neste domínio. A pergunta por escrito resulta de uma extensa intervenção do PCP sobre esta matéria e de várias visitas e encontros realizados com o...