Não ter capacidade dá lucro na EMEF
A EMEF obteve em 2018 resultados líquidos positivos de 6,4 milhões de euros, o que representa um aumento de 7,5% em relação a 2017, mas o volume de negócios caiu 4%, para 69,2 milhões de euros.
A notícia surgiu no último dia de Abril, com a divulgação do Relatório e Contas da CP na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Efectivamente, tem mais a ver com esta matéria do que com caminho-de-ferro e material circulante.
Para a Fectrans/CGTP-IN, os números demonstram que a EMEF (empresa autónoma cujo capital social pertence integralmente à CP) «passou a ter como objectivo os resultados [financeiros] em vez de ser um elemento-chave em todo o sistema ferroviário».
Numa nota publicada dia 8, a federação recorda que subsistem na CP problemas com origem no desinvestimento e na redução drástica de trabalhadores. Esta política «faz com que a EMEF não tenha capacidade para reparar, renovar e manter o material circulante da CP em condições operacionais» e «a situação não é pior porque há competência técnica dos seus trabalhadores».
Só que, «pelos vistos, a incapacidade da EMEF até gera lucros e talvez seja por isso que as medidas necessárias não aparecem».
Por outro lado, como a federação defendeu no dia seguinte, na primeira reunião com a administração, após interrupção por esta das negociações, existem «todas as condições para que haja em 2019 aumentos dos salários».