A União Eu­ro­peia (UE) pediu aos Es­tados Unidos a má­xima mo­de­ração para evitar uma es­ca­lada mi­litar com o Irão. Num en­contro em Bru­xelas, na se­gunda-feira, 13, com o se­cre­tário de Es­tado norte-ame­ri­cano, Mike Pompeo, a alta re­pre­sen­tante para As­suntos Ex­te­ri­ores e Po­lí­tica de Se­gu­rança da UE, Fe­de­rica Moghe­rini, de­fendeu o acordo nu­clear de 2015, as­si­nado entre Te­erão e seis po­tên­cias mun­diais (EUA, China, Rússia, Ale­manha, França e Grã-Bre­tanha).

A chefe da di­plo­macia eu­ro­peia re­a­firmou o seu com­pro­misso com esse Plano In­te­gral de Acção Con­junta (Jcpoa), con­vidou o Irão a con­ti­nuar a cumpri-lo e la­mentou a im­po­sição pelos EUA de novas san­ções eco­nó­micas contra o Irão.

Os mi­nis­tros dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros alemão, bri­tâ­nico e francês, que se reu­niram também com Pompeo em Bru­xelas, con­si­deram o pacto «fun­da­mental» para a não pro­li­fe­ração de armas nu­cle­ares e a se­gu­rança mun­dial. «Deixei claro uma vez mais que nos pre­o­cupa o de­sen­vol­vi­mento das ten­sões na re­gião e que não que­remos uma es­ca­lada mi­litar», de­clarou o mi­nistro alemão, Heiko Maas, re­fe­rindo-se à de­cisão de Washington de re­forçar o seu dis­po­si­tivo mi­litar no Médio Ori­ente, com o envio para a re­gião de uma força aero-naval que in­clui um porta-aviões.

A UE ex­pressou an­te­ri­or­mente in­qui­e­tação pela de­cisão de Te­erão de re­duzir os seus com­pro­missos com o Jcpoa, me­dida que cor­res­ponde à saída dos EUA do acordo em 2018, à ofen­siva da Casa Branca e à inacção do bloco eu­ropeu.

Por sua parte, o mi­nistro ira­niano dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Mohamad Yavad Zarif, su­geriu à UE menos la­men­ta­ções e mais obri­ga­ções no quadro do acordo as­si­nado e ainda em vigor, apesar do aban­dono uni­la­teral dos EUA.

«Em lugar de exigir que a Re­pú­blica Is­lâ­mica acate uni­la­te­ral­mente um acordo mul­ti­la­teral, a UE de­veria cum­prir as suas obri­ga­ções, in­cluindo a nor­ma­li­zação dos laços eco­nó­micos», afirmou o di­plo­mata ira­niano. Se­gundo ele, o si­lêncio da UE face às hos­ti­li­dades norte-ame­ri­canas foi a razão prin­cipal da de­cisão do Irão de sus­pender par­ci­al­mente os seus com­pro­missos no quadro do acordo nu­clear.

Pompeo na Rússia

O mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros da Rússia, Ser­guéi La­vrov, e o se­cre­tário de Es­tado dos EUA, Mike Pompeo, en­con­traram-se na terça-feira, 14, na ci­dade russa de Sochi.

Pro­cu­raram re­tirar as re­la­ções bi­la­te­rais do «ac­tual es­tado la­men­tável» e abor­daram a si­tu­ação na Ve­ne­zuela, pe­nín­sula co­reana, Síria, Médio Ori­ente, Ucrânia e Afe­ga­nistão, o pro­grama nu­clear ira­niano e o ter­ro­rismo.

La­vrov clas­si­ficou a con­versa de «franca e útil» e Pompeo disse que Washington está dis­po­nível para me­lhorar as re­la­ções bi­la­te­rais me­di­ante um diá­logo «franco e aberto».

Pompeo en­con­trou-se também com o pre­si­dente Vla­dimir Putin que, se­gundo Mos­covo, ma­ni­festou a dis­po­sição da Rússia de re­tomar as con­ver­sa­ções com os EUA sobre o de­sar­ma­mento, in­cluindo o Tra­tado de Eli­mi­nação e Li­mi­tação de Armas Es­tra­té­gicas Ofen­sivas (Start-3).

Foi re­ve­lado que os pre­si­dentes Putin e Trump devem reunir-se du­rante a ci­meira do G20, na ci­dade ja­po­nesa de Osaka, pre­vista para Junho.