Plenário hoje decide lutas futuras na Central de Cervejas
REIVINDICAÇÃO As greves parciais na antiga Centralcer, de duas horas por dia em todos os três turnos, têm mostrado desde segunda-feira o descontentamento dos trabalhadores, com adesão total à luta.
Em 13 anos não houve evolução nas carreiras profissionais
Esta série de greves na Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, em Vialonga (Vila Franca de Xira), foi convocada para o período de 6 a 12 de Maio pelo Sindicato Nacional da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos, depois de três rondas negociais sobre a revisão do Acordo de Empresa.
Numa nota de imprensa em que deu conta de uma adesão de cem por cento no primeiro dia de greves, o sindicato da Fesaht/CGTP-IN explicou que as propostas apresentadas pela administração ficam muito aquém das reivindicações dos trabalhadores. Continuando aberto ao diálogo, «houve a necessidade de prosseguir com esta luta», assumida como «demonstração de descontentamento», com o objectivo de «levar a empresa a apresentar uma proposta mais realista, onde se verifique uma justa distribuição da riqueza».
Da administração da empresa do Grupo SCC (propriedade da multinacional Heineken), são exigidas alterações em algumas matérias, com destaque para dois pontos:
– aumentos salariais dignos e justos, na ordem dos quatro por cento (com garantia de um acréscimo mínimo mensal de 40 euros) para todos os trabalhadores, com a diminuição da desigualdade salarial;
– revisão das avaliações, promoções e categorias profissionais.
Anteontem, confirmando no segundo dia de greve a previsão de que se iria manter a adesão total, um dirigente do sindicato adiantou à agência Lusa que, num plenário a realizar hoje de manhã, durante a paralisação, com a participação do Secretário-geral da CGTP-IN, deveriam ser decididas novas formas de luta.
Isto seria evitado com a retoma das negociações, esperando Rui Matias «que a empresa tenha a capacidade de decidir rapidamente o que fazer com esta situação».
Deu nota de «um desagrado muito grande» que motiva a exigência de revisão das avaliações, das promoções e das carreiras profissionais, pois «o desenvolvimento profissional está completamente estagnado» e «há cerca de 13 anos que o modelo de evolução profissional contemplou menos de 10 por cento dos trabalhadores, num total de cerca de 350, ou seja, estamos a falar de 20 e poucos trabalhadores que tiveram algum desenvolvimento profissional neste período».