Estados Unidos encabeçam despesas militares mundiais
ARMAS Os EUA aumentaram a despesa militar em 2018 para 649 mil milhões de dólares (4,6%). A nível mundial, os gastos militares cresceram 2,6% no ano passado.
LUSA
Os gastos militares mundiais subiram 2,6% em 2018, para 1,82 biliões de dólares (1,63 biliões de euros), divulgou a 28 de Abril o Instituto Internacional de Estocolmo de Estudos para a Paz (SIPRI), citado pela Lusa.
O valor equivale a 2,1% do produto interno bruto (PIB) global e a um gasto de 239 dólares por pessoa (cerca de 214 dólares, à taxa de câmbio actual), de acordo com o estudo, que sublinha que os cinco países responsáveis por estes valores (Estados Unidos, China, Arábia Saudita, Índia e França) representam 60% do total.
A subida registada em 2018, pelo segundo ano consecutivo, foi impulsionada maioritariamente pelos EUA, que foram foram responsáveis por 36% das despesas mundiais assumidas no ano passado e gastaram quase tanto em armamento como os oito países seguintes que constam na lista. Se a estes juntarmos os restantes membros da NATO e outros países aliados atinge-se qualquer coisa como dois terços das despesas totais.
«O aumento do gasto dos EUA foi impulsionado pela implementação, desde 2017, de novos programas de compra de armas sob a administração Trump», refere o estudo. Esta tendência determinou a subida da despesa militar de outros países, nomeadamente da China, que representando 14% do total (e 1,9%& do seu PIB) ficou em segundo lugar da tabela, ainda assim muitíssimo longe dos gastos norte-americanos. Seguem-se Arábia Saudita, Índia (que está modernizar o seu exército) e França.
A Rússia, agora o sexto país em termos de gastos militares, saiu pela primeira vez em uma década dos cinco primeiros lugares, ao registar uma queda de 3,5%, para 61.400 milhões de dólares (55.103 milhões de euros). As sanções económicas impostas desde 2014 pelos países ocidentais à Rússia, em conexão com o conflito ucraniano, restringiram o orçamento dedicado à defesa.
Tensão e militarização
Espanha mantém-se em 16.º lugar, com 18.200 milhões de dólares (16.333 milhões de euros), menos 5,2%, enquanto o Brasil é 12.º, a Colômbia está em 24.º lugar, o México em 31.º e Chile em 35.º.
A maior subida percentual foi registada na Turquia, que está entre os 15 primeiros, com uma subida de 24% dos gastos na área militar, para 19.000 milhões de dólares (17.051 milhões de euros).
Por regiões, assistiu-se a uma nova subida na Ásia-Oceânia, impulsionada sobretudo pela Índia, Paquistão e Coreia do Sul, sendo que o investimento militar representa 28% do total, contra 9% em 1988. «As tensões entre países asiáticos, assim como entre Estados Unidos e China, são as principais causas do contínuo crescimento do gasto militar na região», refere o estudo.
Tanto a Europa Central como a Europa do Leste registaram uma subida importante, com Ucrânia (mais 21%) e Polónia (9%) à cabeça.