Direita espanhola travada nas urnas
ELEIÇÕES Nas legislativas espanholas, o PSOE foi o partido mais votado mas ficou longe da maioria absoluta. Os três partidos da direita e extrema-direita ficam em minoria no parlamento.
PCP solidário com comunistas, trabalhadores e povos de Espanha
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi a força política mais votada nas eleições legislativas de domingo, 28 de Abril. O partido liderado por Pedro Sánchez, que previsivelmente será convidado a formar governo, obteve 28,7% dos votos, a que correspondem 123 assentos no Congresso.
Grande derrotado das eleições, o Partido Popular (PP) não ultrapassa os 16,7% e fica com 66 deputados.
Em terceiro lugar surge o Ciudadanos (Cs), com 15,9% e 57 deputados.
A coligação eleitoral Unidas Podemos (UP) – formada pela Esquerda Unida, Podemos e outras forças – conquistou 14,3% e 42 lugares.
O Vox, de extrema-direita, alcançou 10,3% e 24 deputados.
Os outros partidos que conseguiram representação parlamentar obtiveram no total 10,1% dos votos e elegeram 24 deputados.
A participação no escrutínio foi alta, ultrapassando os 75,5%. Votaram no PSOE 7.480.755 eleitores, no PP 4.356.023, nos Cs 4.136.600, na UP 3.732.929 e no Vox 2.635.728. O conjunto de outros partidos conquistou 2.635.728 votos.
Com estes resultados, o parlamento espanhol, com 350 deputados, fica muito fragmentado. Nenhuma força obteve os 176 assentos que garantem a maioria absoluta.
Após a votação, está prevista a instalação das Cortes, que incluem o congresso e o senado, no próximo dia 21.
Não é provável que surja qualquer solução governativa antes de 26 de Maio, quando os espanhóis vão de novo às urnas para eleições europeias, autonómicas e municipais.
Nota do PCP sobre
as eleições em Espanha
O Gabinete de Imprensa do PCP divulgou, no dia 29 de Abril, a seguinte nota:
«Os resultados das eleições que ontem se realizaram em Espanha expressam a rejeição do PP e seus aliados.
As forças de direita e da extrema-direita franquista assumida (PP, Ciudadanos e Vox), tendo-se apresentado de forma fragmentada, não conseguem alcançar a maioria no parlamento mesmo aglutinadas.
O PSOE, embora aumentando a sua votação, fica significativamente aquém da maioria absoluta.
A coligação eleitoral Unidas Podemos, promovida pela Esquerda Unida – que integra o Partido Comunista de Espanha –, o Podemos e diversas forças políticas em várias regiões de Espanha, embora vendo reduzida a votação do conjunto das forças que a compõem, alcançam um resultado que lhe permite pesar na concretização de uma política que corresponda a uma efectiva mudança.
O PCP expressa a sua solidariedade aos comunistas, aos trabalhadores e aos povos de Espanha, confiante de que pela sua luta, e nas condições específicas da realidade social e política de Espanha, conquistarão o caminho que dê uma efectiva resposta aos seus interesses e legítimas aspirações.»