A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal (CUSCS) alertou, no passado dia 10, para a falta de pediatras no Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada. «A política que tem sido feita de não financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e todas as políticas que têm sido tomadas nos últimos anos, principalmente desde 2007, com o fecho dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), tem levado a situações de problemas no funcionamento do hospital, seja nas urgências, seja de outros serviços», advertiu José Lourenço, da CUSCS, citado pela Lusa. Também por este motivo, «é urgente a reabertura dos SAP», para que a população «não seja obrigada a partir das 20h00 a dirigir-se à urgência do hospital», e do futuro hospital do Seixal, que tem sido constantemente adiado.

Também a Célula dos Trabalhadores do Hospital Garcia de Orta do PCP considera ser «inadmissível» a falta de médicos na urgência pediátrica, o que coloca em causa «a qualidade da saúde infantil e dos cuidados hospitalares». «O subfinanciamento do HGO é responsável pela não renovação dos equipamentos, pela não adequação das condições físicas do hospital e pela falta de meios humanos que assegurem o seu pleno funcionamento», alertam os comunistas. À falta de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares, acrescem ainda inúmeras situações de vínculos precários, como no Centro de Desenvolvimento da Criança, e de casos de exaustão por excesso de turnos. O tempo de descanso dos assistentes operacionais é contabilizado como folga.

Neste sentido, exige-se a admissão do pessoal necessário para fazer face às reais necessidades das populações; a integração imediata de todos os trabalhadores com vínculos precários; o descongelamento da progressão das carreiras para todos os trabalhadores.

Este e outros temas foram debatidos no sábado, 13, durante um Encontro Regional de Comissões de Utentes (Almada, Barreiro, Montijo, Seixal e Sesimbra), na Quinta do Conde.