União Europeia deveria reconhecer a Palestina
CIMEIRA Dirigentes dos países da União Europeia e da Liga Árabe reuniram-se no Egipto. O presidente da Palestina denunciou manobras dos EUA e instou Bruxelas a reconhecer o Estado palestiniano.
Estado palestiniano independente e soberano é a única solução
O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, declarou que falhará qualquer plano que não resulte num Estado palestiniano independente e soberano, com Jerusalém Oriental como capital. Intervindo na I Cimeira Liga Árabe-União Europeia, no Egipto, Abbas disse que as tentativas da administração estado-unidense e do governo israelita de «normalizar» as relações com os países árabes e islâmicos não trarão paz e segurança ao Médio Oriente. E reafirmou que a implementação da iniciativa de paz árabe é a única solução.
Abbas apelou à União Europeia no sentido de adoptar medidas práticas para conseguir a paz, começando por opor-se aos projectos de colonatos israelitas em terras ocupadas da Palestina. Referiu-se também à necessidade de Bruxelas consolidar a solução de dois estados com passos políticos e legais irreversíveis, incluindo o reconhecimento do Estado da Palestina pela União Europeia.
O presidente palestiniano propôs a celebração de uma conferência de paz internacional, assim como a formação de um mecanismo multilateral para encarregar-se das negociações que deverão pôr fim à mais longa ocupação da História moderna.
Cimeira UE-Liga Árabe
O presidente do Egipto, Abdel Fattah El-Sisi, pediu aos países árabes e europeus para superar os factores que possam dividir as duas partes. «Reunimo-nos com êxito e, agora, superemos o que nos possa dividir», afirmou na sessão de encerramento da primeira cimeira Liga Árabe-União Europeia, nos dias 24 e 25 em Sharm El-Sheikh, no Mar Vermelho.
De acordo com o chefe do Estado egípcio, as discussões foram «frutíferas e construtivas». El-Sisi mostrou-se confiante de que esta coordenação de alto nível contribuirá para dar forma a uma «estratégia comum».
Questões como a Palestina ocupada por Israel ou a permanente ingerência de potências europeias nos assuntos internos de países árabes – a Líbia e a Síria são dois exemplos – não foram referidas na intervenção final.
A cimeira, convocada sob o lema «Investir na estabilidade», foi dirigida por El-Sisi e pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. Participaram representantes de cerca de 50 países dos dois blocos, uma vintena dos quais da União Europeia.
Em Sharm El-Sheikh, os líderes europeus e árabes «procuraram reforçar os laços e abordaram uma ampla gama de problemas e desafios comuns, como as migrações e a segurança fronteiriça».
A segunda cimeira Liga Árabe-União Europeia terá lugar em 2022, em Bruxelas.
A União Europeia é o primeiro parceiro comercial e o maior investidor nos países da Liga Árabe.