Mais razão e forte mobilização para a greve de amanhã

LUTA «Es­tamos con­ven­cidos de que vai ser uma grande greve», disse Ana Avoila ao Avante!, pois «mantêm-se os ob­jec­tivos, há uma grande uni­dade dos sin­di­catos e uma cres­cente mo­bi­li­zação dos tra­ba­lha­dores».

O Go­verno não apro­veitou a opor­tu­ni­dade que teve para ne­go­ciar

A co­or­de­na­dora da Frente Comum de Sin­di­catos da Ad­mi­nis­tração Pú­blica re­cordou an­te­ontem que o Go­verno, desde a de­cisão de re­a­lizar a greve na­ci­onal dos tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, to­mada a 15 de Ja­neiro num ple­nário de di­ri­gentes e ac­ti­vistas sin­di­cais, teve uma opor­tu­ni­dade para con­ti­nuar a ne­go­ci­ação e apre­sentar uma pro­posta sobre au­mentos sa­la­riais anuais, mas não a apro­veitou.
A in­sis­tência do Go­verno em apenas passar uma parte dos tra­ba­lha­dores com sa­lá­rios mais baixos para o 4.º nível da Ta­bela Re­mu­ne­ra­tória Única (635,07 euros, por im­po­sição legal) sig­ni­fica que mais de 600 mil vão voltar a não ter qual­quer ac­tu­a­li­zação sa­la­rial em 2019. A di­ri­gente as­si­nalou que esta ne­gação de au­mentos sa­la­riais, man­tendo a ta­bela nos va­lores de 2009, fi­cará a marcar os quatro anos de le­gis­la­tura do Go­verno mi­no­ri­tário do PS.
Por outro lado, sem res­peitar o di­reito à pro­gressão (eli­mi­nando os pontos cor­res­pon­dentes a tempo de ser­viço e ava­li­ação de de­sem­penho) nem a pro­por­ci­o­na­li­dade dos au­mentos sa­la­riais (uma vez que a ta­bela se mantém inal­te­rada), a me­dida apro­vada e que aguarda pro­mul­gação vem au­mentar os mo­tivos de des­con­ten­ta­mento.
Todos os sin­di­catos mais re­pre­sen­ta­tivos, in­cluindo vá­rios que não in­te­gram a Frente Comum, apre­sen­taram pré-avisos de greve e estão a or­ga­nizar e a mo­bi­lizar os tra­ba­lha­dores, re­alçou ainda a di­ri­gente.

Ad­mi­nis­tração Local

Um apelo à par­ti­ci­pação de todos na greve de dia 15 foi feito pelos cerca de 500 di­ri­gentes e de­le­gados do Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local, que se reu­niram faz hoje uma se­mana, no au­di­tório da União das As­so­ci­a­ções de Co­mércio e Ser­viços de Lisboa.
No ple­nário, em que par­ti­cipou uma de­le­gação do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores do Mu­ni­cípio de Lisboa, foi apro­vada uma re­so­lução a re­a­firmar exi­gên­cias já apre­sen­tadas ao Go­verno, quer pelo STAL, quer no âm­bito da Frente Comum, com des­taque para o au­mento real dos sa­lá­rios e das pen­sões, o que sig­ni­fica quatro por cento, acres­cido do valor da in­flação re­la­tivo a 2018 (1,5 por cento), as­se­gu­rando uma va­lo­ri­zação mí­nima de 60 euros.
Em ma­ni­fes­tação, os par­ti­ci­pantes no ple­nário des­lo­caram-se até ao Mi­nis­tério das Fi­nanças, onde foi en­tregue a re­so­lução.
O sin­di­cato cal­cula que, em re­sul­tado do con­ge­la­mento dos sa­lá­rios, desde 2009, e das car­reiras, desde 2005, os tra­ba­lha­dores per­deram, em média, 15,6 por cento do poder de compra, mas a re­dução chega a ul­tra­passar os 20 por cento em al­gumas ca­te­go­rias pro­fis­si­o­nais.

 



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