Greve forte na Saúde eleva luta pela carreira de técnico auxiliar

REPOSIÇÃO Desde 2009 integrados na carreira geral como assistentes operacionais, os trabalhadores com funções de auxiliares de acção médica exigem a negociação de uma carreira específica.

Trata-se de funções e exigências profissionais específicas

No dia 25, sexta-feira, a greve nacional teve uma adesão superior a 90 por cento e no Ministério da Saúde, onde durante a tarde se concentraram centenas de trabalhadores de hospitais e centros de saúde vindos de várias regiões, foi entregue um abaixo-assinado com 7429 subscritores.
«Não podemos continuar na nuvem da carreira geral» e «a luta vai ter de continuar» para exigir a criação da carreira, medida que «é a melhor para os trabalhadores, mas é também a melhor para o Serviço Nacional de Saúde», afirmou um dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.
Sebastião Santana, coordenador da área da Saúde da federação da CGTP-IN, numa breve intervenção a anunciar a entrega do abaixo-assinado, indicou a elevada adesão à greve como ainda mais relevante, perante a imposição de serviços mínimos que, num largo número de casos, foram superiores ao normal. «Hoje houve serviços com mais trabalhadores do que num dia normal de trabalho», assegurou, acusando o Governo de, com tal medida, pretender «impedir-nos de fazer greve».
Para a federação, a luta vai prosseguir até que seja satisfeita a reivindicação de início imediato de negociações com o Governo para a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde. Uma profissão com esta designação foi criada em 2010 e é já aplicada no sector privado hospitalar, reclamando a federação que «a mesma Administração Pública que a criou crie também a correspondente carreira» para os seus trabalhadores.
A federação e os seus sindicatos opuseram-se à extinção da carreira, em 2009, pelo governo PS (Sócrates), e desde então têm organizado a luta dos trabalhadores, para pôr termo à desvalorização profissional de pessoal com competências específicas no apoio aos utentes e à prestação de cuidados de saúde.

Solidariedade do PCP

Na concentração compareceu uma delegação do PCP, da qual fez parte Paula Santos, do Comité Central e deputada do Partido na AR. Numa curta declaração, reafirmou que o PCP está solidário com a luta dos trabalhadores auxiliares de acção médica dos centros de saúde e dos hospitais. Lembrou que estes se confrontam com condições de trabalho que não são adequadas, os seus direitos não são devidamente assegurados e valorizados, e não têm uma carreira específica para as funções que desempenham.
Considerou que esta é uma luta legítima, na perspectiva da sua valorização enquanto trabalhadores e para conseguir melhores condições de trabalho, valorização remuneratória e dos seus direitos, mas também para melhorar o Serviço Nacional de Saúde e os cuidados prestados aos utentes.
Para o PCP, exige-se que o Governo assuma as suas responsabilidades e inicie um processo de negociação colectiva com os sindicatos, de forma a que seja criada a carreira de técnico auxiliar de saúde.

 



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