Condições limite em hospitais de Lisboa
A «elevada degradação das condições de trabalho» que se verifica no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHLC) compromete seriamente a prestação de cuidados, alertaram, em manifesto divulgado anteontem, os directores clínicos dos hospitais de São José, Curry Cabral, Dona Estefânia, Santa Marta, Santo António dos Capuchos e da Maternidade Dr. Alfredo da Costa.
Os responsáveis justificam a tomada de posição pública com a «ausência sistemática de respostas cabais aos nossos pedidos», e salientam que a deterioração comporta «riscos para quem mais interessa: os doentes». «Mas também para que não se diga que ficámos silenciosos, que fomos cúmplices desta clamorosa destruição do Serviço Nacional de Saúde, um Serviço que tantos brandem como bandeira, mas que, outros tantos, senão os mesmos, por inação ou omissão, conduzem à implosão
«Esta situação comprometerá, a curto prazo, a capacidade assistencial, levando ao encerramento de serviços, a começar pelos das diversas urgências que o CHLC disponibiliza, por falta de condições mínimas, ou ausência mesmo de quaisquer condições de elementar segurança para o seu normal funcionamento», advertem no mesmo texto, no qual contestam, igualmente, o facto de o trabalho diário ter passado a ser o de «gestão permanente de crises», colocando em causa a missão dos profissionais de saúde em vários domínios.