Estados Unidos anunciam retirada de tropas da Síria

PROMESSA O presidente Trump anunciou a saída dos dois mil soldados estado-unidenses estacionados – ilegalmente – na Síria, desde há cinco anos. Moscovo desconfia e espera o cumprimento da promessa.

A presença dos EUA na Síria é ilegal à luz do Direito Internacional

O presidente Donald Trump anunciou no dia 19 a retirada das tropas norte-americanas da Síria. A Casa Branca confirmou que começou o regresso a casa de cerca de dois mil militares mas negou que a coligação ocidental tenha terminado a sua intervenção na Síria, admitindo que está a entrar numa outra fase. Trump justificou a medida com a derrota do autodenominado grupo terrorista Estado Islâmico, segundo ele a única razão que levou as tropas estado-unidenses a permanecer no país árabe.

O presidente escreveu no Twitter: «Querem os EUA ser o polícia do Médio Oriente, sem obter nada e gastar vidas preciosas e milhares de milhões de dólares para proteger outros que, em quase todos os casos, não apreciam o que estamos a fazer? Queremos ficar ali para sempre? É tempo de outros finalmente combaterem».

As tropas dos EUA permanecem ilegalmente na Síria desde há cinco anos, ao arrepio do direito internacional, já que nem o governo de Damasco nem o Conselho de Segurança das Nações Unidas concederam permissão para tal.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, avisou que é necessário esperar para ver o cumprimento do anúncio de Washington sobre a saída das suas tropas da Síria, pois outros casos, como os do Afeganistão e do Iraque, dão azo a dúvidas.

Qualquer retirada de tropas que se encontram de forma ilegal no território de um país estrangeiro é um passo no sentido correcto, comentou o chefe da diplomacia russa. No entanto, há muitas interrogações sobre como se aplicará na prática a iniciativa dos EUA e se ela chegará a acontecer, enfatizou Lavrov. E recordou as situações no Afeganistão e no Iraque em que as tropas estado-unidenses saíram e depois regressaram.

Foi, entretanto, anunciado em Washington que o secretário da Defesa, general James Mattis, pediu a demissão, após dois anos no cargo. Numa carta que escreveu ao presidente, o chefe do Pentágono, que sairá em Fevereiro, afirma que Trump «merece um titular da pasta da Defesa que esteja mais em sintonia com a sua visão do mundo». Segundo a cadeia televisiva CNN, James Mattis – tal como vários membros do Congresso, republicanos e democratas – discorda da medida do presidente de retirar as tropas estado-unidenses da Síria.

 



Mais artigos de: Internacional

Vietname ainda combate efeitos do «agente laranja»

Mais de 40 anos depois de concluída a guerra, o Vietname continua empenhado no combate às sequelas da dioxina, um poderoso desfoliante lançado pela aviação estado-unidense sobre grande parte do território vietnamita. Efectuou-se há dias em Hanói uma conferência internacional sobre o tema, no quadro dos esforços para...

EUA não mudam política para África

Os Estados Unidos anunciaram uma «nova» política para África. Coube ao conselheiro de segurança nacional John Bolton, conhecido pelas suas posições reaccionárias e agressivas, destapar as linhas da estratégia de Washington para o continente africano, aprovada a 12 de Dezembro pelo presidente Donald Trump. Falando na...