O PCP critica os cortes previstos no orçamento para 2019 da Unidade de Saúde do Baixo Alentejo, alertando que há serviços em risco de fechar devido à falta de médicos.

A preocupação está vertida em pergunta ao Governo subscrita pelos deputados comunistas João Dias, Carla Cruz e Paula Santos onde se refere que o corte previsto de «mais de 650 mil euros» àquela unidade poderá não ficar por aqui, admitindo-se que face ao «sistema de financiamento» venha a ascender a cerca de dois milhões de euros.

Daí questionarem o Executivo no sentido de saber se este confirma o corte naqueles montantes e, por outro lado, se pensa adoptar medidas para «inverter o subfinanciamento crónico» a que aquela unidade tem sido sujeita.

O Governo é ainda desafiado a esclarecer qual o número de médicos em falta e quais as medidas que tem em vista para atrair e fixar profissionais ( nomeadamente médicos), bem como a informar quais os serviços em risco de fechar e qual o «risco de encerramento» dos serviços de pediatria e obstetrícia.

No texto enviado ao Ministério da Saúde os parlamentares do PCP lembram que a falta de recursos humanos registada naquela unidade é «muito significativa, transversal a todos os grupos profissionais e tem mais expressão nos enfermeiros, assistentes operacionais e médicos».

Neste último grupo profissional a situação assume contornos ainda mais preocupantes, como atesta a falta de 20 médicos de medicina geral e familiar «só nos centros de saúde» da ULSBA, enquanto no hospital de Beja podem «estar em falta cerca de 50 médicos».

Daí que os deputados comunistas considerem que neste hospital vários serviços estejam em «risco de encerramento», nomeadamente os de pediatria - «apenas oito médicos, dos quais sete têm mais de 50 anos», salienta-se na missiva - e obstetrícia.

Aliás, se a pediatria fechar o mesmo sucede ao serviço de obstetrícia, uma vez que «não pode funcionar sem pediatras», realçam os deputados do PCP, que avisam que «muitos outros serviços estão à beira da ruptura».