PCB participa activamente na política bielorrussa

Gustavo Carneiro

EN­TRE­VISTA An­drei Kra­sil­nikov e Ilona Bakun, chefe e vice-chefe do De­par­ta­mento In­ter­na­ci­onal do Par­tido Co­mu­nista da Bi­e­lor­rússia, es­ti­veram na Festa do Avante! e deram a co­nhecer ao Avante! as­pectos re­le­vantes da si­tu­ação na­quele país e da ac­ti­vi­dade e or­ga­ni­zação do seu par­tido.

Os co­mu­nistas apoiam o rumo de­fi­nido pela Bi­e­lor­rússia

Os co­mu­nistas bi­e­lor­russos têm um im­por­tante papel na po­lí­tica do seu país, que con­tinua a re­cusar qual­quer apro­xi­mação à NATO e mantém im­por­tantes ín­dices de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial, em con­tra­ciclo com os países vi­zi­nhos.

Como avalia o vosso Par­tido a ac­tual si­tu­ação na Bi­e­lor­rússia?

O Par­tido Co­mu­nista da Bi­e­lor­rússia apoia o ca­minho apon­tado pelo Chefe de Es­tado, Ale­xander Lu­kashenko, para a cons­trução de um Es­tado de ori­en­tação so­cial. Gra­du­al­mente, ano após ano, es­tamos a for­ta­lecer o po­ten­cial eco­nó­mico do país e a tra­ba­lhar ar­du­a­mente para torná-lo forte e prós­pero. A Bi­e­lor­rússia afirma-se cres­cen­te­mente como um país in­te­res­sante e aberto e ca­minha para ga­rantir os in­te­resses da mai­oria dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Que papel de­sem­penha o PCB na so­ci­e­dade bi­e­lor­russa?

O PCB par­ti­cipa ac­ti­va­mente nos pro­cessos po­lí­ticos, eco­nó­micos e so­ciais em curso no país. No par­la­mento na­ci­onal há oito de­pu­tados co­mu­nistas e 309 mem­bros do Par­tido têm as­sento nos con­se­lhos de de­pu­tados lo­cais, a todos os ní­veis. No que res­peita à es­tru­tura or­gâ­nica, o PCB está pre­sente em todas as uni­dades ter­ri­to­riais, o que in­clui seis or­ga­ni­za­ções dis­tri­tais e na ci­dade de Minsk, 118 con­ce­lhias, 23 mu­ni­ci­pais nas ci­dades dis­tri­tais e em Minsk, 25 or­ga­ni­za­ções de ci­dade e muitas or­ga­ni­za­ções de base. O par­tido tem para cima de seis mil mi­li­tantes, mais de me­tade com menos de 50 anos.

Para além da com­po­nente ge­o­grá­fica, qual a in­fluência do Par­tido?

O PCB é o único dos 15 par­tidos po­lí­ticos re­gis­tados que pu­blica o seu jornal, Os Co­mu­nistas da Bi­e­lor­rúsia. Nós e o Tempo. Desde 2016 que es­tamos ac­tivos no tra­balho de in­for­mação na In­ternet: jun­ta­mente com o sítio do Par­tido, www.com­party.by, mo­der­ni­zado em 2014, foram cri­adas contas nas redes so­ciais Vkon­takte, Ins­ta­gram e Twitter. Foi criada a Liga da Ju­ven­tude Co­mu­nista e con­ti­nu­amos a in­te­ragir com a União da Ju­ven­tude Re­pu­bli­cana Bi­e­lor­russa. Ao mesmo tempo, ve­ri­fica-se uma co­o­pe­ração es­treita entre o PCB e as­so­ci­a­ções como a Or­ga­ni­zação Re­pu­bli­cana de Ve­te­ranos, a União Bi­e­lor­russa de Ofi­ciais, a União das Mu­lheres, a As­so­ci­ação de Pais de Fa­mí­lias Nu­me­rosas, entre ou­tras.

E a nível in­ter­na­ci­onal, qual a par­ti­ci­pação do PCB?

O PCB par­ti­cipa ac­ti­va­mente na União dos Par­tidos Co­mu­nistas – Par­tido Co­mu­nista da União So­vié­tica [ar­ti­cu­lação de par­tidos de países da an­tiga URSS] mantém laços es­treitos e pro­du­tivos com os co­mu­nistas russos, ucra­ni­anos e ou­tros par­tidos co­mu­nistas do es­paço pós-so­vié­tico. Além disso, ga­nhou pres­tígio entre o mo­vi­mento co­mu­nista e ope­rário in­ter­na­ci­onal, o que é fa­ci­li­tado pela par­ti­ci­pação do PCB em reu­niões in­ter­na­ci­o­nais, se­mi­ná­rios, fó­runs e con­fe­rên­cias, assim como os con­tactos bi­la­te­rais com par­tidos ir­mãos.

Quais as pri­o­ri­dades ac­tuais do PCB?

A ac­tual fase de cons­trução do Es­tado da Bi­e­lor­rússia co­loca-nos a ta­refa de for­ta­lecer o Par­tido e as suas es­tru­turas or­gâ­nicas re­gi­o­nais entre as massas. A nossa po­sição sobre o for­ta­le­ci­mento e ex­pansão da ali­ança entre forças pa­trió­ticas na luta pela de­mo­cracia, a jus­tiça so­cial e o so­ci­a­lismo são muito im­por­tantes: a pre­pa­ração das con­di­ções po­lí­ticas, le­gais e eco­nó­micas ne­ces­sá­rias para o de­sen­vol­vi­mento da so­ci­e­dade; a ex­pli­cação in­te­li­gível da si­tu­ação sócio-eco­nó­mica e sócio-po­lí­tica emer­gente; e a pro­tecção dos in­te­resses na­ci­o­nais do Es­tado. O PCB de­fende os va­lores da jus­tiça so­cial e tra­balho e não as ac­ti­vi­dades es­pe­cu­la­tivas e fi­nan­ceiras.

Quais são os prin­ci­pais de­sa­fios co­lo­cados à or­ga­ni­zação par­ti­dária?

A for­mação de um sis­tema multi-par­ti­dário exige dos co­mités e or­ga­ni­za­ções de base do PCB um tra­balho or­gâ­nico sério para elevar o nível de cul­tura po­lí­tica geral da po­pu­lação e cons­truir or­ga­ni­za­ções par­ti­dá­rias em todas as re­giões, de modo a au­mentar a mi­li­tância e atrair jo­vens para as nossas fi­leiras. A exis­tência de or­ga­ni­za­ções par­ti­dá­rias fortes, unidas e mo­ti­vadas irá per­mitir a apre­sen­tação de can­di­datos para as elei­ções a qual­quer nível e ga­rantir a pre­sença do Par­tido em todas as es­tru­turas das co­mis­sões elei­to­rais. Só assim será pos­sível al­cançar bons re­sul­tados e par­ti­cipar ac­ti­va­mente em todas as cam­pa­nhas elei­to­rais, a co­meçar pelas elei­ções que se avi­zi­nham para a Câ­mara de Re­pre­sen­tantes da As­sem­bleia Na­ci­onal e Pre­si­dência da Re­pú­blica.

Es­tru­turas re­gi­o­nais fortes serão também um va­lioso re­curso para servir os in­te­resses do povo nos ór­gãos go­ver­na­tivos de gestão au­tó­noma pú­blica, em­presas de vá­rios tipos de pro­pri­e­dade, ins­ti­tui­ções de edu­cação, saúde, ci­ência e cul­tura, corpos exe­cu­tivos e ad­mi­nis­tra­tivos das uni­dades ad­mi­nis­tra­tivas e ter­ri­to­riais do país.

E no que res­peita às or­ga­ni­za­ções de massas?

É ne­ces­sário me­lhorar e in­ten­si­ficar o tra­balho po­lí­tico nos co­lec­tivos la­bo­rais, go­vernos au­tó­nomos e ór­gãos de auto-gestão, mas também nos sin­di­catos, mo­vi­mentos de tra­ba­lha­dores, cam­po­neses e pa­trió­ticos, or­ga­ni­za­ções de ar­tistas, mu­lheres, ju­ven­tude, ve­te­ranos, apoio so­cial e ou­tras. A efi­cácia do tra­balho par­ti­dário está sempre no centro da nossa atenção, para um au­mento real do papel de van­guarda dos co­mu­nistas em todas as es­feras da cons­trução de um Es­tado mo­derno na Bi­e­lor­rússia.




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