Colômbia: «Aqui não há derrota. Por agora, não seremos governo»
O candidato presidencial Gustavo Petro afirmou, em Bogotá, que não se sente derrotado quando oito milhões de colombianos «orgulhosamente livres» votaram pela mudança, por uma Colômbia Humana. Petro, que conseguiu 42 por cento dos votos, reconheceu Iván Duque com presidente eleito da Colômbia, tendo alcançado 54 por cento dos sufrágios, na segunda volta das eleições presidenciais, no domingo, 17.
O candidato apoiado pela esquerda apelou aos seus apoiantes para continuarem mobilizados por uma nova Colômbia: «Aqui não há derrota. Por agora, não seremos governo». Enfatizou que os oito milhões de colombianos que votaram nele não vão permitir que o novo governo faça retroceder o país para a guerra. O movimento Colômbia Humana e a enorme coligação de forças que apoiou a sua candidatura, onde predominam os jovens, reafirmou Petro, não estão de acordo que se ponha em causa a paz.
O novo presidente eleito, Iván Duque, que tomará posse em Agosto, foi apoiado pela coligação das forças da direita formada pelo Centro Democrático (fundado e liderado pelo ex-presidente Alvaro Uribe) e pelo Partido Conservador (encabeçado pelo ex-presidente Andrés Pastrana).
A chegada de Duque ao poder é vista como o regresso ao governo da Colômbia do uribismo e dos sectores da extrema-direita que se opõem ao acordo de paz assinado com o movimento guerrilheiro das FARC, entretanto transformado em partido político.
No discurso de vitória eleitoral, em Bogotá, Iván Duque reiterou a sua intenção de fazer «correcções» no acordo negociado em Havana. «Vamos fazer modificações para que a paz brilhe», declarou. Em tom conciliador, e referindo-se à oposição, prometeu governar para todos os colombianos, sem ódios, vinganças e represálias.
Duque garantiu um «combate frontal» à corrupção – o que não é muito crível, já que foi apoiado pelos partidos políticos da direita, conhecidos por serem em grande medida corruptos.