Grécia paralisa contra prosseguimento das políticas da troika

GREVE GERAL Trabalhadores dos sectores público e privado cumpriram, dia 30 de Maio, uma greve de 24 horas contra as novas medidas de austeridades anunciadas para depois do fim do programa da troika.

Governo grego prepara novo pacote anti-social

O país está prestes a sair do terceiro programa de austeridade imposto pela União Europeia (incluindo o Banco Central Europeu) e pelo Fundo Monetário Internacional, tutela que se mantém desde 2010. Contudo, a troika estrangeira não parece disposta a largar presa facilmente, mesmo depois de o financiamento do Estado grego passar, já a partir de Agosto, a depender inteiramente dos «mercados financeiros».

A Grécia continuará submetida a uma vigilância reforçada da troika e, como prova da sua submissão, o governo de Atenas já se comprometeu a efectuar novos cortes nas pensões e a agravar os impostos em 2019 e 2020.

Foi contra este novo pacote de austeridade, acordado entre o governo do Alexis Tsipras e os «credores internacionais», que os trabalhadores se mobilizaram em dezenas de cidades por toda a Grécia, paralisando actividades e manifestando-se nas ruas.

A jornada foi convocada pelas duas maiores confederações GSEE (sector privado) e ADEDY (sector público), mas foi a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), de orientação comunista, que levou a cabo as maiores manifestações e concentrações e aquela que condenou com maior veemência as políticas de sujeição à União Europeia.

Além de repudiar novos agravamentos fiscais e cortes nas pensões, a PAME apontou como reivindicações o aumento dos salários, das pensões de reforma e das prestações sociais, a revogação das leis antilaborais, o restabelecimento das convenções colectivas, um salário mínimo de 751 euros, a consagração do domingo como dia de descanso e a descida dos impostos, entre outras.

A greve geral paralisou os transportes públicos rodoviários, marítimos, ferroviários e aéreos. A jornada de protesto abrangeu igualmente os meios de comunicação. Devido à greve dos jornalistas, a estações televisivas públicas e privadas emitiram documentários em vez de noticiários.

Na capital, Atenas, milhares de pessoas integraram-se na manifestação da PAME, sob o lema «O vosso crescimento está a destruir as nossas vidas! Luta, organização e contra-ofensiva é a nossa opção».

 



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