Das lutas de Maio para o combate que continua

MANIFESTAÇÃO A CGTP-IN e os seus sindicatos, federações e uniões preparam a jornada de 9 de Junho. A mobilização faz-se em simultâneo com as lutas em curso, como as que marcaram o 1.º de Maio.

Salários, emprego e direitos são essenciais para uma vida melhor

Ao saudar os milhares de trabalhadores do comércio, escritórios e serviços que viveram em luta este 1.º de Maio, para exigirem resposta às reivindicações e respeito pelo Dia Internacional do Trabalhador, a Direcção Nacional do CESP/CGTP-IN observou que tal ocorreu, «em muitos casos, enfrentando enormes pressões e chantagens», o que dá ainda mais valor aos que aderiram à greve que o sindicato convocou para aquela data.
Estes foram, como assinala a direcção nacional do sindicato: trabalhadores das empresas de distribuição que lutam pela resposta das empresas aos cadernos reivindicativos e exigem a negociação do Contrato Colectivo de Trabalho; trabalhadores do comércio retalhista, que exigem aumento dos salários e horários de trabalho regulados; trabalhadores das Misericórdias e IPSS, que exigem melhores condições de trabalho e de vida; trabalhadores de muitas empresas de serviços que lutam pela regulação das suas condições de trabalho e contra a precariedade.
Por todos foi exigido «a valorização do trabalho e dos trabalhadores, o fim da pressão e assédio nos locais de trabalho, o respeito pelos direitos consagrados nos contratos colectivos e na lei, a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, a defesa dos postos de trabalho e do direito de negociação da contratação colectiva sem caducidade» e o encerramento dos estabelecimentos no 1.º de Maio.
O CESP «reafirma a determinação em continuar a luta».

Despedimentos
no DIA

No dia 4, sexta-feira, trabalhadores do Grupo DIA (Minipreço e Clarel) voltaram a fazer greve e concentraram-se, ao fim da manhã, junto do Ministério do Trabalho, enquanto aqui se reuniam representantes sindicais e patronais, para discutir o uso que a empresa está a fazer da «terceirização».
Com a sistemática alienação de lojas a terceiros, o DIA põe em marcha uma operação de grande escala de «transmissão de estabelecimento» que, como o CESP acusa, está a provocar despedimentos (encobertos como rescisões).
Nesta concentração esteve com os trabalhadores em luta (mulheres, na grande maioria) a deputada comunista Rita Rato.

Em Condeixa-a-Nova, no dia 1, uma delegação do PCP (Inês Carvalho, da DOR Coimbra, e Vladimiro Vale, da Comissão Política do CC) manifestou solidariedade aos trabalhadores do Minipreço, que aderiram em força à greve, forçando o encerramento do supermercado.

Sobre a greve nacional no 1.º de Maio, a presidente do CESP fez um balanço «muito positivo». Citada pela agência Lusa, Isabel Camarinha realçou a adesão de milhares de trabalhadores das empresas de distribuição (super e hipermercados e armazéns), com «muitas lojas fechadas das cadeias Minipreço e Lidl e uma grande participação nas manifestações da CGTP-IN. Em Lisboa, concretizou, fecharam cerca de 30 lojas do Minipreço, a que se juntaram dezenas no resto do País.
Muitas lojas reduziram o horário, por falta de gente, e também nos armazéns houve «grande adesão», como sucedeu no Lidl, houve uma grande adesão nos quatro centros logísticos, o que iria dificultar o abastecimento das lojas nos dias seguintes.
Sem respostas das empresas e da associação patronal APED às suas reivindicações, a luta dos trabalhadores vai prosseguir.

Para ontem foi marcada greve no Grupo Lusíadas Saúde e uma concentração no hospital deste grupo em Lisboa. A par de aumento salariais, os trabalhadores e o CESP exigem dignificação das carreiras e categorias e sua correcta atribuição, incluindo reclassificação, o regresso ao horário contínuo e o respeito das normas de elaboração dos horários de trabalho, o fim da pressão e do assédio, respeito pelos direitos de parentalidade, entre outros pontos.

 

Mobilizar desde já

A par das lutas em desenvolvimento nos diferentes sectores e empresas, o movimento sindical unitário prepara a manifestação nacional de 9 de Junho, em Lisboa. O cartaz e o manifesto estão em distribuição, através da rede sindical. Neles se informa que a manifestação começará no Campo Pequeno, às 15 horas, descendo até ao Marquês de Pombal.

 



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