Para onde vai a Europa?
Por iniciativa do PCP, realizou-se na passada sexta-feira, em Lisboa, o seminário «Para onde vai a Europa?». Na sua intervenção nesta iniciativa, o Secretário-geral do PCP referiu que «perante a crise, a União Europeia não só persiste nas políticas que estão na génese da crise e da sua reprodução como as intensifica, agudizando assim os factores que estão na origem das suas insanáveis contradições (…)».
Palavras certeiras a caracterizar a verdadeira natureza de uma União Europeia dos monopólios, polo europeu do imperialismo, criada para fomentar e intensificar a exploração, o ataque a direitos sociais, a degradação e a privatização de serviços públicos, a liberalização do comércio, o desrespeito pela soberania nacional e pela democracia, promovendo uma inaudita e cada vez maior concentração e centralização do capital.
Ainda os ecos do Seminário não iam longe – tanto mais que a comunicação social dominante, como de costume, tudo fez para limitar o seu alcance – e já o presidente dos Estados Unidos dava expressão a mais um sinal do aprofundamento dessa crise, dando novas mostras das brechas inter-imperialistas que se alargam.
Pondo a boca no trombone (no verdadeiro sentido do jargão), Donald Trump, no passado sábado, 28, mandava recado a Macron e a Merkel, que dias antes o haviam visitado : «a União Europeia foi formada para aproveitar-se dos Estados Unidos».
O capitalismo está, de facto, roído por contradições insanáveis que apontam o caminho do seu fim. Mas, como assinalou Marx – cujo segundo centenário do nascimento o PCP comemora com comício em Penafiel no próximo sábado, dia 5 – só a luta dos trabalhadores e dos povos com o papel dirigente de partidos comunistas e revolucionários o tornará inevitável.