Os CTT pagam ao capital

Na Assembleia Geral dos CTT Correios de Portugal, dia 18, foi aprovado pagar 38 cêntimos por acção, confirmando a intenção de entregar 57 milhões de euros aos accionistas, enquanto as contas do ano apresentam 27,3 milhões de euros de lucro.

Este e outros factos relevantes foram denunciados publicamente, durante essa manhã, frente à sede da Fundação Portuguesa das Comunicações. Enquanto no interior os representantes do capital decidiam como repartir milhões, na rua um numeroso grupo de dirigentes e delegados sindicais e outros trabalhadores realizavam uma «tribuna pública em defesa do serviço público postal».

Para a Comissão de Trabalhadores e os sindicatos (SNTCT, Sindetelco, Sincor e Sinntav), com a privatização dos CTT os únicos que ganharam foram os grandes accionistas, enquanto a população passou a ter um serviço de pior qualidade (ou deixou mesmo de ter serviço) e as condições de trabalho e salariais degradaram-se, como referiu a Fectrans/CGTP-IN, ao noticiar o protesto.

Foi aqui defendido o retorno dos CTT à esfera pública, tal como nos dias 16 e 17, quando as mesmas organizações realizaram uma distribuição de documentos à população e aos utentes, frente à sede da empresa, no Parque das Nações. No folheto foi apresentado um balanço dos anos decorridos «desde a preparação para a privatização»: «desapareceram centenas de estações de Correios; foram eliminadas centenas de postos de trabalho; a distribuição do correio, em muitos casos, só é feita uma vez por semana; as filas de espera nas estações chegam a ser superiores a uma hora; as tarifas postais aumentaram 65,6%; foram distribuídos aos accionistas mais de 300 milhões de euros que deveriam ter entrado nos cofres do Estado».

 



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