O que faz falta

Manuel Rodrigues

Tem vindo o Go­verno do PS a de­sen­volver uma in­tensa ope­ração me­diá­tica anun­ci­ando o su­cesso do cres­ci­mento eco­nó­mico e em­prego que, apesar do seu ca­rácter li­mi­tado, se tem ve­ri­fi­cado na ac­tual fase da vida po­lí­tica do País, pro­cu­rando chamar a si os «louros» de tal «êxito» e jus­ti­ficar novos sa­cri­fí­cios ao povo por­tu­guês.

Ora, não des­cu­rando a in­fluência que neste cres­ci­mento eco­nó­mico ti­veram fac­tores con­jun­tu­rais (taxa de juros, custos ener­gé­ticos, surto tu­rís­tico, entre ou­tros), a ver­dade é que ele é so­bre­tudo con­sequência da re­po­sição de di­reitos e ren­di­mentos con­se­guida pela luta dos tra­ba­lha­dores e do povo e a de­ter­mi­nante in­ter­venção do PCP.

Não ha­vendo, por­tanto, ra­zões para tal ope­ração, menos ra­zões há ainda para a ideia que o Go­verno pre­tende ins­talar no ima­gi­nário po­pular: a ideia de que, atin­gido o su­cesso, são pre­cisos novos sa­cri­fí­cios, ou seja, travar ou até fazer re­tro­ceder exac­ta­mente a re­po­sição de ren­di­mentos e di­reitos.

O que faz sen­tido, tem ló­gica e faz falta é pros­se­guir o ca­minho de me­lhoria das con­di­ções de vida do povo por­tu­guês e da si­tu­ação eco­nó­mica do País, le­vando mais longe a re­po­sição de ren­di­mentos e di­reitos.

E para as­se­gurar o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano o que faz falta é, so­bre­tudo, romper com a po­lí­tica de di­reita res­pon­sável pelos dé­fices es­tru­tu­rais do País e con­cre­tizar uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que re­solva os pro­blemas e abra rumo a um Por­tugal com fu­turo.

Foi em nome dessas con­quistas e va­lores que se fez a Re­vo­lução de Abril, cujo 44.º ani­ver­sário co­me­mo­ramos. Por essas con­quistas e va­lores é que vai pros­se­guir a in­ter­venção do PCP e a luta dos tra­ba­lha­dores e do o povo, de que as co­me­mo­ra­ções do 1.º de Maio vão ser nova grande ex­pressão.

 



Mais artigos de: Opinião

Alegados jornalistas…

«Cuba prepara eleição do novo ditador (…) O novo ditador deverá ser agora o actual vice-presidente Miguel Díaz-Canel» – foi assim, sem tirar nem pôr, que José Rodrigues dos Santos, jornalista que apresenta o principal noticiário da televisão pública portuguesa, anunciou a eleição do novo presidente do Conselho de Estado...

Ovos de ouro e omeletes

Para a burguesia nacional, a actual galinha dos ovos de ouro é o Turismo. Novidade velha, sempre presente na visão colonial da União Europeia para o nosso País, e redescoberta recentemente, muito fruto do medo de visitar outros destinos turísticos pela instabilidade aí criada pelo imperialismo. É pelos aeroportos que...

Abril e Maio memória, luta e futuro

O 1.º de Maio de 1974 foi o grande mo­mento, ex­tra­or­di­nário pela sua di­mensão, con­teúdo e com­pro­misso, que con­firmou o 25 de Abril. As massas tra­ba­lha­doras e po­pu­lares fi­zeram de­sa­guar num mar de gente, nas fá­bricas e nas ruas, a luta que du­rante dé­cadas com­bateu a di­ta­dura fas­cista e a der­rotou. Esse facto de­ter­minou o rumo da Re­vo­lução e do nosso País.

Armazenar

Armazenar é um verbo transitivo que significa «recolher em armazém, depositar, conservar, reunir». O termo aplica-se a qualquer produto independentemente do estado em que se encontra (sólido, líquido ou gasoso), que como todos os produtos armazenados é susceptível de interagir/reagir a acções e acontecimentos externos. A...

Paz para a Coreia!

Só a assinatura de um acordo de paz pode pôr finalmente fim à situação de confrontação e de guerra que se vive na Coreia desde que no final da II Guerra Mundial este país começou a ser libertado da ocupação japonesa pelas forças patrióticas dirigidas por Kim Il Sung. A guerra de 1950/53, que custou a vida a milhões de...