Adriana e Efrén lembrados em Lisboa
A embaixada de Cuba em Lisboa promoveu, no dia 22, uma homenagem a Adriana Corcho e Efrén Rodríguez, assassinados nesse mesmo dia em 1976. Na iniciativa realizada na missão diplomática cubana na capital portuguesa, na qual o PCP se fez representar através de Pedro Guerreiro, do Secretariado do Comité Central e responsável pela Secção Internacional do Partido, e em que estiveram também, entre outros, Manuel Rodrigues, director do Avante! e membro da Comissão Política do PCP, e António Filipe, em representação do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cuba, Javier Levy Hernández, do corpo diplomático de Cuba no nosso país, interveio para lembrar os acontecimentos que vitimaram «dois funcionários dedicados, corajosos companheiros e fiéis revolucionários».
Adriana Corcho e Efrén Rodríguez detectaram o poderoso engenho explosivo colocado a 22 de Abril de 1976 no andar onde então se situava a embaixada de Cuba em Lisboa, na Avenida Fontes Pereira de Melo. Presume-se que Efrén ainda o tenha tentado desactivar, mas não teve sucesso, perecendo, juntamente com Adriana, em resultado da forte explosão que provocou ferimentos noutro funcionário diplomático e destruiu dois andares do edifício, recordou Javier Hernández.
«Nessa altura, em Portugal, outros dispositivos explosivos explodiram em sedes do Partido Comunista Português e de outras forças de esquerda», o que ocorreu em simultâneo com «uma forte campanha contra Cuba».
«Este atentado foi parte de uma onda de mais de 150 ataques contra missões diplomáticas e objectivos cubanos em mais de 20 países. Uma campanha endurecida entre 1975 e 1976, que incluiu a detonação de explosivos nas embaixadas de Cuba no Peru, México ou Nova Iorque», bem como contra um avião cubano, a 6 de Outubro de 1976, «organizado por Orlando Boch e Luís Posada Carriles». Muitos desses atentados tiveram apoio e conhecimento do governo dos EUA», acusou ainda Javier Hernández.
«A melhor maneira de honrar Efrén e Adriana é çutar pela pátria. O povo de Cuba nem nesse momento nem agora se deixa intimidar por ataques, ameaças ou chantagens. Continuaremos a construir a nossa revolução e a lutar por um mundo mais justo e melhor. Cuba, que perdeu 3648 vidas vítimas do terrorismo, continuará a bater-se pela paz», concluiu.